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A considerável redução no saldo comercial entre o Paraná e países como a China, os Estados Unidos, o Chile e a Rússia fez com que o saldo da balança comercial paranaense, em valor, caísse 26,8% no ano passado, na comparação com 2005 – foram US$ 1,4 bilhão deixou de entrar no estado, conforme os números do Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A queda é resultado do grande aumento nas importações feitas pelas empresas instaladas no Paraná, já que a variação no valor das exportações foi praticamente nula (retração de 0,2%).

Esta diminuição nas vendas externas, embora indique estabilidade, fez o estado perder uma posição no ranking dos exportadores. Ocupava o 4.º lugar em 2005, posto que agora é do Rio de Janeiro. Já o valor das importações cresceu 32%, bem acima da média nacional, que teve acréscimo de 24,2%.

Com a queda no saldo, o Paraná perdeu, em 2006, duas posições no ranking dos estados brasileiros, e ocupa hoje o 5.º lugar. O 3.º ficou com o Pará (de onde sai a exportação da Companhia Vale do Rio Doce) e o 4.º ficou com o Rio de Janeiro (onde a Petrobrás é grande exportadora de petróleo).

Achar um vilão para o desempenho ruim da balança paranaense no ano passado não é difícil, diz Gustavo Machado, diretor da consultoria GT Internacional, que elabora relatórios mensais sobre o desempenho do comércio exterior brasileiro. "Basta ver o dinheiro chinês que vinha antes para o Paraná e o que vem hoje", explica Gustavo.

De fato, de acordo com a análise da GT Internacional feita com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, as exportações para a China tiveram redução de quase 60% entre 2004 e 2006. Em contrapartida, o estado comprou daquele país, no ano passado, 102% a mais que em 2004 – na grande maioria, componentes eletrônicos e de informática. O saldo, antes extremamente favorável para o Paraná – beirava US$ 1 bilhão em 2004 –, caiu para apenas US$ 106 milhões no ano passado.

Na comparação com 2005, caíram ainda as vendas para os Estados Unidos (principal destino das exportações paranaenses), para o Chile e para a Rússia, e estes mesmos países aumentaram a venda de produtos para o Paraná, o que também contribuiu para a redução no saldo paranaense. Mas em nenhum destes casos a queda é tão expressiva, em valor, como no caso chinês.

Um exemplo é a exportação de soja em grãos, que era o produto mais vendido há três anos, com US$ 1,2 bilhão. No ano passado, as vendas externas da commodity somaram US$ 659 milhões no ano passado – a diferença é de US$ 611 milhões. Neste período, só a China deixou de comprar do Paraná US$ 492 milhões. "A China comprava muita soja e carne, e nós não comprávamos quase nada deles. Agora eles pararam de comprar da gente, mas nós compramos muita coisa", afirma Roberto Zürcher, do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

E se as exportações dos principais produtos paranaenses tiveram redução, a importação de alguns também pesou negativamente na balança comercial do estado. A compra de petróleo, em sua grande maioria da Nigéria para a utilização na refinaria Repar, em Araucária, teve acréscimo de quase 300% de 2004 a 2006, saltando de US$ 330,2 milhões para US$ 1,3 bilhão, o que faz da Petrobrás a principal importadora do Paraná, com 22% do que é importado pelo estado. "Mas neste caso é preciso tomar cuidado, porque é um produto comprado por uma empresa no Paraná mas que vai abastecer outros estados, e não só o Paraná", adverte Zürcher, da Fiep.

Outro produto que pesou na balança foram os automóveis com motor de 1.5 a 3.0, que tiveram acréscimo de 913% de 2005 para 2006. Segundo Machado, da GTInternacional, isso é resultado da importação de novos modelos da Argentina e do México.

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