Os dados mais recentes sobre a economia chinesa fizeram com que aumentasse o otimismo entre os analistas de mercado. Eles percebem sinais de que a recuperação do país asiático tem chances grandes de ser mantida nos próximos meses, garantindo um crescimento econômico acima de 9% em 2010. O mais importante indicador é o de que a produção industrial deu sinais de expansão sustentada, sem expressivo apoio do pacote de estímulo de 4 trilhões de yuans (US$ 585 bilhões) do final de 2008. As importações cresceram pela primeira vez em 13 meses e as exportações sugeriram recuperação.Em novembro, a produção industrial chinesa cresceu 19,2% em termos anuais, o maior ritmo em mais de dois anos. É verdade que o dado reflete a baixa base de comparação de 2008, mas a expansão vem tendo incrementos mês a mês. Em três meses até novembro, a produção industrial saltou 14,6% na comparação com os três meses anteriores, indicando "robusta tendência" de crescimento, de acordo com economistas do banco britânico Barclays Capital.
Para os economistas do Morgan Stanley, o aumento da produção industrial em novembro mostra que a esperada recuperação das exportações está, finalmente, trazendo maior contribuição para a atividade industrial. A produção para exportação inverteu o movimento de quedas consecutivas ao longo de 2009 e subiu 5,3% em novembro frente ao mesmo mês de 2008.
O governo chinês está ciente de que o crescimento pode assumir um ritmo capaz de acentuar as distorções causadas pelo excesso de capital no mercado doméstico e de capital vindo do exterior, em consequência do estímulo econômico do governo e das baixas taxas de rendimento pelo mundo. As grandes preocupações estão na perspectiva do surgimento de bolhas em setores alavancados pelo pacote de estímulo, como o imobiliário, com o direcionamento do crédito para setores com excesso de produção, e de pressão inflacionária. Mesmo assim, o governo chinês anunciou que pretende direcionar o fluxo programado para 2010 do pacote de estímulo principalmente para a expansão do consumo doméstico e a recuperação do ritmo das exportações.
Urbanização
Para os estrategistas do Morgan Stanley, o interessante nas metas definidas para 2010 está no anúncio de medidas para acelerar a urbanização, por meio da flexibilização dos controles impostos pelo atual sistema de registro dos cidadãos. Segundo o Morgan, tal medida vai favorecer a demanda do setor privado, ao aumentar a procura por residências permanentes nas áreas urbanas e incentivar o consumo entre os imigrantes rurais. O Morgan estima que o PIB chinês terá expansão de 10% em 2010.
Economistas do Bank of America Merrill Lynch dizem que as exportações devem se tornar o principal motor do crescimento chinês em 2010, quando o PIB poderá crescer 10,1%, na opinião do banco. Em novembro, o superávit comercial, de US$ 19,09 bilhões, ficou abaixo dos US$ 23,6 bilhões previstos, mas as exportações caíram 1,2%, bem abaixo da contração de 13,8% de novembro. As importações subiram pela primeira vez em 13 meses, em 26,7% na comparação com 2008. Os economistas do Barclays também concordam que as exportações estão no caminho da recuperação e preveem crescimento de 9,6% do PIB chinês em 2010.
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