O porta-voz do ministério do Comércio da China, Yao Jian, disse que o governo vai elaborar medidas para dar sustentação à indústria de pneus e outras indústrias relevantes, durante comentários feitos sobre a disputa comercial provocada pelo aumento pelos Estados Unidos do imposto cobrado na importação de pneus chineses. Yao reiterou, entretanto, que a China quer negociar com os EUA. O porta-voz afirmou ser injusto que os EUA se preocupem apenas com o emprego dos norte-americanos e pediu ao governo que assuma a responsabilidade pela crise financeira.
O jornal Oriental Morning News citou declarações de uma fonte da indústria de pneus de que a Associação da Indústria Chinesa de Borracha submeteu uma proposta ao governo, pedindo aumento no desconto sobre o imposto de valor agregado para exportação de pneus para 13% a 15%, dos atuais 9%. "Se os Estados Unidos levam em consideração seus 5 mil trabalhadores e não consideram o emprego na China, isto é, com certeza, injusto", afirmou Yao. Quatro fabricantes de pneus chineses com ações listadas em bolsa afirmaram que acompanham os desdobramentos da disputa, enquanto um quinto previu perdas.
Yao disse que a China espera que a disputa comercial com os Estados Unidos não prejudique as relações econômicas e comerciais entre os dois países. Ele também deixou claro que a China se opõe veementemente à hipótese de outros países seguirem os EUA e também imporem tarifas sobre os pneus importados da China.
Na sexta-feira à noite, o presidente norte-americano sancionou novas tarifas sobre a importação de pneus chineses de entre 25% a 35% para os próximos três anos, em resposta a um aumento das importações. Os novos impostos adicionam-se às tarifas já existentes de 3% a 4%. A mudança segue-se a uma reclamação dos sindicatos de que a invasão dos pneus chineses levou à perda de 5 mil trabalhadores sindicalizados da indústria nos últimos anos.
Na segunda-feira (14), em resposta, a China pediu que os EUA fossem consultados na Organização Mundial do Comércio (OMC). Pequim e Washington têm agora 60 dias para manter consultas bilaterais e se não chegarem a um consenso ao final desse período, a OMC poderá julgar o caso.
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