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Obama, em Nova Iorque: normalidade não pode levar à complacência | Mario Tama/AFP
Obama, em Nova Iorque: normalidade não pode levar à complacência| Foto: Mario Tama/AFP

Análise

Um sistema em busca de conserto

Guido Orgis, repórter de Economia

Em Wall Street existe a máxima de que os bancos vivem de aparência e por isso precisam parecer fortes, com prédios imponentes e sinais deliberados de riqueza.

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Projeção

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Da Redação, com agências

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Nova Iorque, Pequim e São Paulo - No dia do aniversário do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers, fato que marcou o estouro da crise mundial no ano passado, os Estados Unidos protagonizaram uma nova turbulência nos mercados financeiros por causa de um embate comercial com a China. No fim de semana, o governo norte-americano decidiu elevar as taxas de importação dos pneus produzidos na China e obteve uma reação enérgica de Pequim, que apresentou uma queixa contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e prometeu retaliações.

Em meio a esse cenário nebuloso, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) obteve alta de 0,86%. Com esse resultado, o Ibovespa, termômetro do mercado paulista, passou a acumular valorização de exatos 99,99% em relação ao pior momento da crise, em 27 de outubro de 2008, quando desceu aos 29.435 pontos.

O presidente dos EUA, Barack Obama, aproveitou a data para pressionar as instituições financeiras a apoiarem o fortalecimento na regulamentação do setor, que ele quer aprovar ainda neste ano. Em discurso em Wall Street, Obama defendeu a aprovação da maior revisão na regras do sistema financeiro desde a Grande Depressão.

O presidente norte-americano disse que, apesar da volta a um cenário de maior estabilidade, alguns membros da indústria financeira não aprenderam a lição. Segundo ele, a normalidade não pode levar à complacência. "Não vamos voltar aos dias de comportamento livre e excessos indetectáveis que estão no coração desta crise. Wall Street não pode voltar a assumir riscos sem olhar as consequências."

Obama não tratou diretamente da briga comercial com a China, apenas falou que seu governo "está comprometido com a expansão do comércio com outros países". O mundo inteiro olha com atenção para esse atrito, pois o comércio entre os dois países tem força para acelerar ou retardar a retomada econômica global.

Represália

O Ministério do Comércio chinês acusou os EUA de violar regras da OMC e de promover "protecionismo desenfreado". A queixa não foi a única resposta de Pequim. O governo do país anunciou que daria início a investigações antidumping contra a importação de frangos e carros americanos.

Por trás da disputa está um problema que o governo de Washington tem de enfrentar: o gigantesco déficit comercial que os EUA mantêm com a China. Só no primeiro semestre deste ano, os produtos chineses importados pelos americanos superaram em US$ 103 bilhões as exportações dos EUA para a China.

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