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A empresa estatal chinesa Chongqing Grain Group alocou US$ 879 milhões para produzir e industrializar soja no Brasil. O investimento deverá ser feito em parceria com produtores na Bahia. O anúncio foi feito por Huang Qifan, prefeito de Chong­­­qing (2.090 km a sudoeste de Pequim), cujo governo está ligado à estatal. Pouco conhecida no Brasil, talvez Chongqing seja a cidade mais populosa do mundo, com cerca de 32 milhões de habitantes.

Em entrevista ao canal estatal CCTV, o mais importante do país, Huang disse que se trata do maior investimento chinês no exterior para a produção de óleo de soja. A alocação dos recursos foi aprovada em agosto pela empresa, com financiamento do Banco de Desenvolvimento da China. "Teremos mais de 70% das ações, e os brasileiros ficarão com o restante. Assim, teremos disponíveis 200 mil hectares de terra, o que significa que poderemos plantar mais de 130 mil hectares de soja por ano", disse Huang.

"Eles gostam de vender a soja para nós. Poderemos embarcar do Brasil para a China mais de 4 milhões de toneladas por ano", disse o prefeito, incluindo a compra de soja em áreas vizinhas. Segundo Huang, a China precisa hoje importar 40 milhões de toneladas anuais. "O nosso negócio ajudará a equilibrar o mercado", afirmou. Em abril, quando a Chongqing revelou planos de investir no Brasil, a previsão era de US$ 300 milhões e 100 mil hectares, mas já havia a opção de ampliação para 200 mil hectares numa segunda fase.

Onda de investimento

A ofensiva na soja faz parte de uma onda de investimentos chineses no Brasil e no mundo em commodities consideradas estratégicas para a segunda economia do planeta, como petróleo e minério de ferro.

Apesar das declarações de Huang, o plano chinês de investir diretamente em terras não foi informado oficialmente. De acordo com informações do governo baiano, o objetivo da estatal chinesa não é comprar áreas para produzir soja, mas implantar uma indústria para produção de óleo comestível. Segundo Eduardo Salles, secretário de Estado da Agricultura, o grupo sinalizou em reunião realizada em julho, em Salvador, que buscará parcerias com produtores locais, mesmo porque não há grandes extensões de terras disponíveis para compra e a lei brasileira restringe a compra delas por estrangeiros.

O empreendimento deve ser instalado no oeste do estado, onde a área plantada de soja atinge 1,06 milhão de hectares. Salles afirmou que a formalização do investimento "ainda está em andamento", sem prazo definido. Ele disse ainda que só tem informações sobre investimentos de US$ 300 milhões e não sabe nada sobre o montante anunciado agora.

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