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Após oito anos de sua adesão à União Europeia (UE) e quatro anos como membro da zona do euro, o Chipre assume neste domingo (01) a presidência semestral do bloco sob o peso de ser o quinto país a solicitar ajuda financeira aos seus parceiros de divisa comum.

Desta forma, o Chipre receberá, além da presença de altos representantes europeus, que assistirão a cerimônia de transferência de poder, técnicos comunitários para examinar o programa destinado a sanear o setor bancário e as finanças públicas da ilha.

"Uma Europa mais eficaz e viável, uma economia europeia mais efetiva, baseada no crescimento, uma Europa com solidariedade e coerência social e uma Europa mais próxima de seus vizinhos" são os principais objetivos propostos para o próximo semestre pelo pequeno país mediterrâneo, que foi dividido em 1974, quando a Turquia ocupou um terço de seu território.

Apesar de anos de intermináveis negociações entre gregos-cipriotas e turco-cipriotas, o problema da separação persiste sem uma solução aparente.

Apesar das adversidades, o Chipre se declarou pronto para assumir sua primeira presidência da UE sob o lema "Em direção a uma Europa melhor".

Os preparativos para a presidência custaram ao Chipre 61,7 milhões de euro, segundo explicaram a Agência Efe fontes do escritório responsável.

Na cerimônia de inauguração, no anfiteatro Kourion, serão feitos discursos do presidente cipriota, Dimitris Christofias, do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e dos primeiros-ministros da Dinamarca e da Polônia.

No entanto, um crise financeira, causada pela grave situação na vizinha Grécia, escureceu uma ocasião que deveria ser um marco na história do Chipre.

O setor bancário cipriota, muito exposto aos títulos de dívida estatal grega, solicitava em maio com urgência ajuda financeira para seu recapitalização, que no caso do Laiki Bank, o segundo do país, representa 1,8 bilhões de euros, ou 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da nação.

O governo do presidente comunista, Dimitris Christofias, decidiu salvar o banco, embora os cofres do Estado estejam vazios.

Para isso, ao invés de se dirigir a Bruxelas, como fizeram outros países da zona do euro, Christofias optou por solicitar um empréstimo à Rússia. No ano passado, Moscou já tinha concedido um crédito de 2,5 bilhões de euros para Nicósia.

Mas depois que o país não conseguiu mais se financiar nos mercados, em 25 de junho o Chipre pediu ajuda financeira ao Eurogrupo.

"Considero que estamos vivendo uma paralisia política. Há muita inércia, medo do custo político e uma falta de percepção da gravidade do problema", declarou à Efe o professor de Finanças da Universidade do Chipre Stavros Zenios.

A agência de classificação Fitch considerou esta semana que o custo de recapitalizar os bancos cipriotas pode chegar até seis bilhões de euros, o que representa 30% do PIB do país.

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