Rio e Washington - Em documento entregue ao Tribunal de Falências de Nova York, a montadora Chrysler informou que perdeu US$ 16,8 bilhões em 2008 e previu que pode voltar a registrar lucro em 2012, ou seja, em três anos, se sair da falência rapidamente e concluir uma aliança com a Fiat, revela reportagem do "Wall Street Journal". É a primeira vez que se conhece a extensão das perdas da Chrysler, já que até 30 de abril estava sob o controle do fundo de investimentos Cerberus, que não tinha obrigação de publicar o resultado financeiro da montadora.
Além disso, nesta terça-feira o Tribunal de Falências aprovou que a montadora tenha acesso a empréstimos de US$ 4,5 bilhões do governo dos Estados Unidos e do Canadá para continuar fazendo pagamentos a fornecedores. A empresa já recebeu US$ 4 bilhões em empréstimos do governo americano.
A Chrysler, que entrou com pedido de proteção contra falência na última quinta-feira , informou em comunicado que o financiamento "dá à companhia os recursos para que suas operações sigam o 'curso normal', enquanto espera a aprovação de sua fusão com a Fiat".
Os representantes de três credores que provocaram a quebra da montadora (os fundos de investimento Oppenheimer Funds, Perella Weinberg Partners y Stairway Capital) tinham se oposto à liberação do acesso aos novos empréstimos oferecidos por EUA e Canadá.
Mas o juiz Arthur González, responsável por supervisionar e aprovar todas as operações da Chrysler, se negou a bloquear os recursos porque os credores "não apresentaram uma alternativa".
González decidirá nesta terça-feira (5) se aceita o pedido da Chrysler para o que tribunal estude a venda de seus principais ativos por US$ 2 bilhões, o que permitiria a fusão com a Fiat, o que os credores também se opõe.
Segundo estimativa de um sindicato europeu, os planos da Fiat de combinar suas operações com a Chrysler e com a GM na Europa devem provocar o corte de 10 mil postos de trabalho no continente europeu. Nesta segunda-feira (4), a Chrysler pediu ao juiz que aja de forma rápida e fixe o prazo de 21 de maio para a avaliação sobre a venda de ativos.
A Chrysler pediu ainda que González aprove uma indenização de US$ 35 milhões caso a Fiat rompa o acordo de fusão.



