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Aliviados com a ocorrência de chuvas depois de oito meses de estiagem, os agricultores do Paraná aceleram o plantio da safra de verão para aproveitar a umidade do solo. Cerca de 250 mil hectares já receberam sementes de milho e outros 550 mil hectares estão preparados para essa cultura, que deve ocupar 1,2 milhão de hectares no estado.

A soja, que começa a ser plantada na próxima semana, já tem 200 mil hectares preparados – cerca de 5% da área a ser cultivada. Essas projeções são baseadas em dados das cooperativas agrícolas e do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).

"Os produtores estão aproveitando as chuvas dos últimos dias e, em uma semana, cerca de 65% do milho já estará plantado", afirma o supervisor técnico da Coamo, Antônio Carlos Ostrowski. A área de abrangência da cooperativa, com sede em Campo Mourão (Centro-Oeste), passa de 1 milhão de hectares. Ostrowski diz que a soja ainda pode enfrentar falta de umidade no próximo mês. As sementes devem ter condições mais adequadas para brotar entre a última semana de outubro e o mês de novembro.

O plantio começa mais animado no Paraná do que em âmbito nacional. Enquanto a previsão geral é de redução no cultivo, o Deral indica que os produtores paranaenses vão cultivar praticamente a mesma área do ano passado. No caso da soja, carro-chefe da agricultura no Paraná, a área deve se manter em cerca de 3,9 milhões de hectares.

O Paraná deve ter redução de cerca de 12% na área do milho. A previsão do Deral e das cooperativas é de que esse espaço seja ocupado por culturas como cana-de-açúcar e feijão. O feijão das águas deve ganhar área 8,9% maior e a cana ainda está sendo avaliada.

O primeiro levantamento feito pelo Deral a respeito da safra de verão mostra que a produção de grãos pode crescer 18%. Como a safra do ano passado teve produtividade reduzida pela falta de chuvas, esse número indica apenas a volta à normalidade. Ou seja: a produção deve ficar abaixo dos 26 milhões de toneladas de grãos da safra 2002/03, quando pela primeira vez foram cultivados mais de 7 milhões de hectares no Paraná.

Mesmo no caso do milho, que deve perder 200 mil hectares, a previsão é de aumento na produção. A redução da área de cultivo deve ser compensada pelo clima favorável, diz o chefe do Deral, Paulo Meira. Ele acredita que o produto é prejudicado por fatores como a valorização do álcool e do açúcar, que amplia as plantações de cana, e o sistema de comercialização, que favorecem o soja. Meira diz que, se o clima continuar favorável, a previsão de colheita, que é de 20 milhões de toneladas, poderá ser elevada.

A pressa dos agricultores é maior em relação ao milho. A soja e o feijão ainda podem esperar outros períodos de umidade adequada, afirma o produtor José Ângelo Bortoletto, de Rebouças (Sul do estado), que trabalha com as três culturas. "Ainda temos um mês de espera e as previsões do clima mostram que vai dar para plantar no fim de outubro", confia.

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