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O ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic) será "prolongado". A afirmação foi feita pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na ata de sua última reunião, divulgada ontem, e sinaliza que novas altas na Selic deverão ser anunciadas nos próximos encontros. O comitê, formado por diretores da autoridade monetária, se reuniu na semana passada, quando decidiu aumentar os juros básicos de 11,75% ao ano para 12% ao ano, surpreendendo parte do mercado que apostava em uma alta maior.

De acordo com a ata, houve um entendimento unânime na diretoria de que "o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado", o que seria a estratégia mais adequada para fazer com que inflação caminhe para o centro da meta em 2012. Para este ano, o BC já admite que a inflação deverá ficar acima do centro da meta, que é de 4,5%.

"A maioria do Comitê entende que um substancial esforço anti-inflacionário já foi introduzido na economia no último quadrimestre e que há defasagens no mecanismo de transmissão desse esforço para a atividade e para os preços, o que, associado à decisão de se prolongar o ciclo de ajuste, recomendaria uma reavaliação da estratégia de política monetária", afirma o texto.

Na ata, o BC admite que o cenário econômico ainda está em um nível de incerteza "acima do usual", mas prevê que a inflação começará a cair no último trimestre deste ano, o que garantiria o cumprimento da meta no ano que vem.

A ata do Copom não parece ter ajudado o mercado a dirimir suas dúvidas a respeito da disposição do governo em combater a alta dos preços domésticos. "Nós avaliamos que a inflação é um desafio muito maior do que as autoridades [econômicas] desejariam admitir. E uma política hesitante de aperto [da política monetária] pouco fará para reancorar as expectativas de inflação", comentou o economista do banco BNP Paribas, Marcelo Carvalho.

Desaceleração

Depois de várias notícias desfavoráveis sobre a inflação, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) divulgado ontem trouxe algum refresco à equipe econômica do governo. De acordo com a Fun­da­ção Getulio Vargas (FGV), o IGP-M – que corrige preços administrados, como os aluguéis – foi de 0,45% em abril, contra 0,62% em março. A desaceleração é explicada pelo IPA, que mede os preços no atacado e passou de 0,65% para 0,29% de março para abril. Por outro lado, o IPC (consumidor) acelerou de 0,62% para 0,78% e o INCC (construção), de 0,44% para 0,75%.

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