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Refinaria da Petrobras, em Araucária, cidade que tem o segundo maior PIB do estado | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Refinaria da Petrobras, em Araucária, cidade que tem o segundo maior PIB do estado| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Setores

Serviços puxam PIB de Curitiba

A maior parte das riquezas produzidas em Curitiba veio da prestação de serviços. Esse setor gerou aproximadamente R$ 25 bilhões na cidade, impulsionado especialmente pelos segmentos de comércio e transportes. Mas, se a cidade aparece na quinta colocação no ranking dos maiores PIBs municipais, ela cai para a 11ª posição na lista que considera apenas o PIB industrial, com participação relativa de 1% na formação da riqueza nacional do segmento. "As economias passam por um processo de maturação. É natural esperar que as cidades que contribuem com a maior parcela da geração do PIB nacional passem a perder espaço na indústria, ganhando participação na cadeia de serviços", avalia o economista Masimo Della Justina

PIB per capita

Segundo o IBGE, São Francisco do Conde (BA) tinha o maior PIB per capita e Jacareacanga (PA) contava com o menor – R$ 239.506 e R$ 1.566, respectivamente. Vitória liderava o ranking das capitais e Teresina estava na lanterna – com PIB per capita de R$ 60.592 e R$ 8.341, respectivamente. Curitiba teve um PIB per capita de R$ 21.025, atrás de Vitória, Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Os municípios com os maiores PIBs do estado são Araucária (R$ 86.736), Paranaguá (R$ 51.699), Japira (R$ 45.876), Capitão Leônidas Marques (R$ 40.741) e Carambeí (R$ 40.557). Em geral, os maiores PIBs per capita estavam em cidades focadas em refino ou produção de petróleo, geração de energia hidrelétrica, petroquímica ou fabricação de veículos.

  • Cinco municípios brasileiros foram responsáveis por cerca de 25% de toda a riqueza gerada no país

Apenas cinco municípios do Paraná concentraram 44% de toda a riqueza produzida no estado em 2007. Sozinha, Curitiba ficou com uma fatia de 23,4% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual daquele ano. No Brasil, o fenômeno é parecido: cinco cidades detiveram um quarto do PIB nacional em 2007. Os números constam da pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revela, além da concentração regional, outra persistência antiga da economia brasileira: a alta dependência do setor público.Há dois anos, 34% dos municípios do país tinham mais de um terço de suas riquezas geradas pela administração pública. Além disso, segundo o levantamento, o peso do setor público no PIB brasileiro cresceu de 12,6% em 2004 para 13,3% em 2007. Nesse quesito, entretanto, Curitiba se destaca como uma das três capitais com menor participação econômica do Estado, com apenas 7,3% do seu PIB atrelado aos serviços públicos. Naquele ano, as capitais com maior dependência da máquina estatal foram Brasília (48,3%), Boa Vista (39,7%) e Macapá (39,0%). Por outro lado, a menor participação do serviço público na formação do PIB ocorreu em Vitória (4,5%) e São Paulo (5,9%). "Concentrar toda a capacidade de geração de riquezas em uma única atividade é prejudicial. Principalmente quando essa atividade é o setor público. Se as finanças públicas vão mal, toda a economia pode ser comprometida. Nesse aspecto, Curitiba apresenta uma posição bem menos menos frágil do que outras capitais", avalia o doutor em economia e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado.

No plano nacional, a pesquisa do IBGE também confirma um velho retrato de concentração econômica: apenas cinco cidades abocanham 25% da economia do país. As 50 cidades de maior PIB produzem metade de todas as riquezas do país. Pelos dados do IBGE, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba eram, nessa ordem, os de maior produção de riquezas.

Em termos regionais, Curitiba contribuiu com 23,4% da economia paranaense. Araucária veio em seguida, com participação de 5,9%. São José dos Pinhais (5,3%), Londrina (4,9%) e Paranaguá (4,3%) completam a lista dos municípios que produziram a maior parte das riquezas no estado.

O economista Masimo Della Justina, professor da Escola de Negócios da Pontifícia Universi­dade Católica do Paraná (PUC-PR), ressalta que a concentração de riqueza é um aspecto estrutural e contí­­nuo na economia brasileira. "O problema é que, quanto mais con­­centrada for, mais difícil fica para se descentralizar e levar o desenvolvimento para outras regiões do estado ou do país. Não vejo, dentro dos esforços do governo, nenhuma iniciativa que leve à desconcentração", avalia.

O economista ressalta ainda que, mais importante do que a própria geração de riquezas dessas regiões, é como essa população usufrui da riqueza gerada. "O que interessa, efetivamente, é quanto do que é gerado fica nas mãos de cada cada brasileiro. E essa distribuição só é possível por meio de políticas públicas eficientes, que garantam acesso à saúde, educação e segurança – além de uma justiça tributária que ajude a diminuir essas diferenças", argumenta.

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