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Uma das 15 fábricas da GE no país, a unidade de Jandira (SP) produz equipamentos para a exploração submarina de petróleo | Divulgação
Uma das 15 fábricas da GE no país, a unidade de Jandira (SP) produz equipamentos para a exploração submarina de petróleo| Foto: Divulgação
  • No ano passado, o faturamento da General Electric caiu 24% no Brasil

O estado brasileiro que vai abrigar o quinto centro global de pesquisas da General Electric pode ser definido ainda neste mês, a partir de uma lista de cinco opções mantidas sob sigilo por seus executivos. A escolha do Brasil para receber o novo Global Research Center (GRC) da multinacional foi anunciada em janeiro, durante visita de seu presidente mundial, Jeffrey Immelt, e é possível que o local de instalação do centro seja decidido na penúltima semana de maio, quando o executivo estará novamente no país.A GE planeja investir entre US$ 75 milhões e US$ 150 milhões (até R$ 278 milhões) no GRC, cuja construção deve durar até 15 meses. "Nosso presidente mundial ficou muito satisfeito com as perspectivas do Brasil para os próximos anos e décadas e deixou claro que o país é a bola da vez para a GE. É um dos três mercados estratégicos da companhia, ao lado de Indonésia e Arábia Saudita. E por isso terá um GRC", disse o presidente da GE do Brasil, João Geraldo Ferreira, em conversa com jornalistas na semana passada. "O centro não trará divisas de uma hora para a outra. Mas vai gerar emprego qualificado, um gigantesco intercâmbio de conhecimentos e desenvolvimento, à medida em que forem criados novos produtos e tecnologias."Inicialmente, disse o executivo, o centro vai desenvolver "soluções" da GE para demandas do mer­­cado brasileiro, com foco nos setores de infraestrutura de energia, de transporte e saúde. "Depois, queremos levar essas soluções pa­­ra países com demandas similares às do Brasil, como os da América Latina. Em seguida, vamos olhar para o mundo."

Fundada no fim do século 19 por Thomas Edison, o inventor da lâmpada, a GE tem negócios em mais de cem países, com instalações industriais em 26 deles, e atua em áreas como energia, transporte ferroviário, aviação, equipamentos médicos, finanças e até mídia e entretenimento – a companhia é acio­­nista da NBC Universal. Boa parte do desenvolvimento de no­­vas tecnologias, no entanto, se concentra nos Estados Unidos, Alema­nha, Índia e China. Nesses países fi­­cam os quatro centros globais de pesquisa da empresa, que ao todo empregam 2,8 mil pessoas, entre as quais mil doutores – a unidade bra­­sileira terá cerca de 300 pesquisadores. A verba destinada a pesquisa e desenvolvimento dá uma ideia da importância dessa área dentro da GE: ela recebe cerca de US$ 6 bilhões por ano, quase 4% do faturamento anual. Apenas na úl­­tima década, a companhia registrou 20 mil patentes em todo o mun­­­do.

Fora do radar

A julgar pelos critérios que a empresa diz usar no processo de decisão, as chances de o Paraná hospedar o novo centro de pesquisas parecem reduzidas. De acordo com o diretor de relações institucionais da GE, Alexandre Alfredo, a companhia busca um estado onde possa firmar "parcerias sólidas" com universidades e esteja próxima de seus clientes. "Também estamos avaliando que tipo de parceria os governos locais podem nos oferecer. Queremos ter certeza, por exemplo, de que não vai mudar tudo se houver uma troca de governo. Nosso negócio não é para alguns anos, é para várias décadas."

Pesa contra o Paraná o fato de estar praticamente fora do radar da companhia. O único grande cliente paranaense da GE é a Amé­rica Latina Logística (ALL), que com­­pra as locomotivas fabricadas pela empresa. Além disso, todas as 15 fábricas da multinacional no país ficam no Sudeste, perto de clientes como Petrobras, Vale, Em­­braer, Votorantim e Cosan.

Uma pista sobre quais estados po­­­­dem estar na mira da GE foi da­­da em janeiro pelo ministro de Ciên­­cia e Tecnologia, Sérgio Re­­zen­­­­de, du­­rante a visita de Jeff Immelt ao país. Ao afirmar que seu ministério auxiliaria a empresa, indicando "instituições com quem eles po­­dem conversar", Rezende mencionou "polos econômicos e tecnológi­­cos" de cinco estados – Cam­­pinas, São José dos Campos, São Pau­­lo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Pernambuco.

O jornalista viajou a convite da GE.

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