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Oportunidade

Evento no RS prioriza novo cliente

Com as informações sobre o consumo de móveis da nova classe média em mãos, o Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves (RS), que responde por 80% da produção de móveis no Rio Grande do Sul e 8% no Brasil, resolveu criar a primeira feira no país a ter como tema central o perfil de consumo destes brasileiros. Segundo João Paulo Pompermayer, presidente da Movelsul, que começou ontem e vai até sexta-feira na cidade gaúcha, a feira contará com 327 expositores e tem a expectativa de movimentar R$ 330 milhões em negócios.

"Sabemos que a nova classe média, além do sonho da casa própria, tem a necessidade da mobiliar esse lar. E o foco dos empresas é mostrar produtos customizados para o tamanho desse imóvel priorizando funcionalidade, qualidade e preço", afirma Pompermayer.

O presidente da feira conta que a Movelsul lançou um desafio aos expositores de montar no evento um apartamento bem decorado com móveis planejados. Em um espaço de 60 metros quadrados estimado em R$ 100 mil, para uma família com um casal, duas filhas e o avô paterno e nos moldes do programa Minha Casa, Minha Vida, foram investidos cerca de 15% do valor do imóvel para os projetos do mobiliário. A cozinha, projetada pela Bertolini, custou R$ 3.220; o dormitório do casal, criado pela Multimóveis , saiu por R$ 3,9 mil; o dormitório das meninas, com projeto da Pomzam , R$ 6,5 mil; e o banheiro, desenvolvido pela Móveis Stein, ficou em R$ 450.

Pesquisa do instituto Data Popular focada no segmento das classes C e D revela que em dez anos os brasileiros aumentaram o valor com a aquisição de móveis em cerca de 56,8%, com um consumo de R$ 19,4 bilhões por ano em gastos com mobiliário para a casa. A pesquisa foi realizada em 2011 com 18.356 pessoas de todo o país.

Segundo Renato Meirelles, diretor do Data Popular, a classe C não compra apenas pelo preço, mas por considerar justo o valor cobrado por um produto ou serviço, e é mais rica que 64% da população mundial. "A cada R$ 100 gastos com móveis no Brasil, R$ 46,50 são da classe C e R$ 19,90 da classe D. É para esse brasileiro que a indústria tem o desafio de mobiliar a casa", conta Meirelles.

A pesquisa aponta ainda que, por se tratar de um fenômeno recente, a classe média é formada, em sua maioria, por pessoas que migraram da classe D com a distribuição de renda, que gerou o aumento do emprego formal e uma maior escolaridade. De 2002 a 2011, 800 mil pessoas da classe D ingressaram no ensino superior e, estatisticamente, sabe-se que cada ano a mais de estudos representa um incremento de 15% na renda.

"Enquanto as classes do topo da pirâmide buscam personalização da oferta, diferenciação por meio do consumo e são menos fiéis às marcas, a população emergente procura inclusão, pertencimento e vantagens concretas, sendo mais fiel a marcas que comprovem uma relação custo-benefício adequada", aponta Meirelles.

Quando a pesquisa entrou em detalhes com os entrevistados, foi possível constatar que os brasileiros em geral preferem passar a maior parte do tempo que estão em casa em seus quartos, mas a prioridade na hora de decorar a casa é a sala, já que é o lugar onde recebem as visitas.

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