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Índice Gini

Desigualdade é a menor em 50 anos

O Brasil está prestes a atingir o menor nível de desigualdade social desde 1960, aponta estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A projeção é baseada no índice de Gini, que varia de zero a um; quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

Para 2009, a FGV aponta um índice de 0,5448, ante 0,5367 em 1960. Segundo o coordenador do estudo, Marcelo Neri, a desigualdade cai repetidamente desde o início da década e os indicadores atuais apontam continuidade nesse processo.

Os dados integram o estudo "A Nova Classe Média: o Lado Brilhante dos Pobres", divulgado ontem pela FGV.

Neri afirma que, após a recessão de 2003, o Brasil tinha 49 milhões de pobres. Até 2008, segundo o especialista, 19,5 milhões saíram da pobreza.

Apesar do resultado positivo, Neri ressalta que o país ainda está entre os dez países com maiores índices de desigualdade no mundo. De acordo com o economista, no ritmo atual, o Brasil precisaria de 30 anos para atingir o nível de desigualdade registrado nos EUA. A FGV considera que os brasileiros com renda mensal de até R$ 144 por pessoa estão na linha de pobreza.

Avanços

O estudo também revelou que a renda dos brasileiros mais pobres avançou mais que a dos mais ricos no ano passado. Os 40% mais pobres tiveram ganho de 3,15% e os 10% mais ricos, de 1,09%. Na média, a renda per capita dos brasileiros cresceu 2,04% entre 2008 e 2009.

De 2003 a 2008, a renda per capita dos brasileiros cresceu mais que o do Produto Interno Bruto (PIB). Enquanto o PIB avançou 3,78% ao ano, a renda se ampliou em 5,23% ao ano, em termos per capita (descontado o crescimento populacional).

Neri diz que o Brasil vive um crescimento comparável ao da China, mas diz que o avanço econômico no Brasil tem qualidade superior à do país asiático. "O boom brasileiro recente seria de melhor qualidade que o chinês pois vem acompanhado de maior equidade, enquanto a China vive uma crescente desigualdade similar à que vivemos durante o milagre econômico brasileiro dos anos 60, bem detalhado no livro seminal de Carlos Langoni."

Folhapress

O número de brasileiros que compõem a nova classe média, cuja renda varia de R$ 1.126 a R$ 4.854, chegou a 94,9 milhões de pessoas e ultrapassou pela primeira vez 50% da população, de acordo com dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), relativa a 2009. O indicador confirma uma tendência que já estava sendo apontada pela pesquisa mensal de emprego (PME) desde 2008, segundo informações da pesquisa "A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres" divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A pesquisa mostrou que de 2003 a 2009, um total de 29.063.545 ascenderam para a classe C, a chamada nova classe média. Somente entre 2008 e 2009, período da crise financeira internacional, 3.172.653 pessoas subiram para essa classe. "Essa classe já representa mais da metade da população e tem um grande poder político e econômico, pois detém o maior poder de compra da população", afirmou o coordenador do estudo, Marcelo Neri.

De acordo com a pesquisa, o crescimento do país nos últimos anos está mais baseado em geração de renda do que em consumo. Enquanto o índice sintético de potencial de consumo aumentou 22,6% entre 2003 e 2008, o índice de geração de renda subiu 31,2%. Segundo Nery, isso indica a sustentabilidade desse crescimento. "Está prosperando mais o lado trabalhador do que o lado consumidor. Com isso, as empresas devem estar contentes, pois as pessoas vão poder continuar comprando", disse Neri.

Segundo ele, esse movimento "é sustentável". De acordo com Neri "não é só crédito e programas sociais, o Brasil foi para a escola nos anos 90, conseguiu trabalho com carteira assinada, está contribuindo para a Previdência , está investindo em computadores", comentou.

Renda

A pesquisa revela que a renda média dos brasileiros cresceu 7,7% de julho de 2009 a julho deste ano. O porcentual é superior à média anual de 3,8% registrada de dezembro de 2002 a dezembro de 2008. A pesquisa mostrou também que o índice de Gini, que mede a desigualdade, recuou 1,4% entre julho de 2009 e julho de 2010, compilando dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE.

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