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As famílias brasileiras de baixa renda ampliaram ao longo do primeiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva o gasto com produtos supérfluos e de conveniência, segundo o estudo "Consumo na Era Lula", divulgado nesta quarta-feira (22) pelo LatinPanel, instituto de pesquisa ligado ao Ibope. Só entre os alimentos, a despesa com esse tipo de produto comprometia 33% do gasto com a cesta de compras das famílias em 2006, frente aos 29% registrados em 2001.

"Houve uma sofisticação da cesta de compras dessa classe", afirma a coordenadora do estudo e diretora comercial do instituto, Margareth Utimura. Maionese, salgadinhos, macarrão instantâneo e leite longa vida passaram a fazer parte da cesta de compras de quem pertence às classes D e E nos últimos quatro anos. Segundo o instituto, o barateamento da cesta básica contribuiu para essa mudança.

Houve também uma migração na compra de marcas líderes: 48% delas perderam a participação no consumo da classe baixa. Segundo Margareth, ficou mais fácil para as marcas intermediárias copiarem os produtos das líderes. "É muito mais fácil copiar mesmo. Aí o consumidor faz a conta e calcula quanto vale o custo-benefício", diz.

Os supermercados também perderam espaço para pequenos vendedores. De acordo com o levantamento, 54% do gasto das classes D e E acontece fora do supermercado, em pequenas lojas da vizinhança. Porém, 60% dos gastos da classe C e 70% da classe AB continuam sendo realizados nos supermercados.

De acordo com o estudo, a despesa das famílias de baixa renda com a cesta de compras se concentra nos dez primeiros dias do mês, reflexo do pagamento dos benefícios do governo, como o Bolsa-Família, e inclui diversas visitas aos pontos-de-venda, já que a maioria delas sobrevive do trabalho informal e não tem poder de compra para adquirir muitos produtos de uma só vez.

A pesquisa foi realizada com 8.200 famílias brasileiras entre janeiro de 2003 e agosto de 2006. Elas tiveram medidos, semanalmente, quantos itens – entre alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal e de limpeza - poderiam comprar dos 70 pré-selecionados pelo instituto.

No período analisado, o consumo das classes D e E foi o que mais cresceu: 11% em volume e 35% em reais. O número de itens da cesta de compras consumidos passou de 21 para 27.

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