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Dois anos atrás, 36 de cada 100 máquinas agrícolas produzidas pela Case New Holland (CNH) em Curitiba eram destinadas ao mercado internacional. Desde então, essa proporção caiu pela metade. "Mas não estamos infelizes", conta o vice-presidente comercial da New Holland para a América Latina, Francesco Pallaro. A explicação para tal contentamento está no mercado doméstico, que, estimulado pela redução dos juros nos financiamentos, vem crescendo em alta velocidade.

"As exportações ainda estão muito longe de voltar aos níveis de antes da crise. Nossa previsão é que elas fechem o ano um pouco melhores que 2009, mas com queda de 50% em relação a 2008. Felizmente, o mercado brasileiro, que hoje consome de 80% a 85% de nossa produção, deve crescer 15% em relação ao ano passado", diz Pallaro.

Mas neste ano há uma diferença importante: os produtores rurais brasileiros voltaram a comprar tratores mais potentes e caros, o que eleva a rentabilidade da companhia. Pallaro estima que a participação dos tratores de pequeno porte – alvo de programas como o Trator Solidário, do governo paranaense – vai recuar para 50% das vendas, após beirar os 70% em 2009, abrindo espaço para os mais robustos.

Segundo o executivo, a gigantesca fábrica que a CNH inaugurou em Sorocaba (SP) há dois meses não vai "canibalizar" a produção de tratores e colheitadeiras de Curitiba. A nova unidade vai se concentrar na produção de peças e de colheitadeiras de grande porte, que não são feitas por aqui. "Ainda estamos aplicando recursos previstos no plano 2009-2011, que em Curitiba estão sendo usados principalmente na ampliação da capacidade produtiva de tratores", diz.

Caminhões e ônibus

A Volvo enfrenta situação parecida com a da CNH. Suas vendas ao exterior seguem desanimadoras, mas estão fortes como nunca dentro do Brasil. A atual produção de caminhões e ônibus da unidade já supera em 30% os níveis do começo de 2008. O crescimento chega a 100% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, quando a empresa, uma das mais afetadas pela crise, chegou a dispensar centenas de trabalhadores.

A recuperação das vendas de caminhões e ônibus no Brasil, que juntas cresceram 65% no primeiro trimestre, tem reflexos sobre outras empresas do polo paranaense, como a Bosch, fabricante de bombas injetoras para motores diesel. A fim de dar conta dessa demanda, a companhia está finalizando a contratação de 400 trabalhadores temporários. "Os nossos mercados de exportação ainda não reagiram. Mas a percepção é que a demanda do mercado interno deve continuar alta ao longo do ano, e a produção de veículos comerciais deve recuperar, ou mesmo superar, os níveis apresentados em 2008, antes dos efeitos da crise sobre o setor", avalia Daniel Korioth, vice-presidente da divisão Diesel Systems da Robert Bosch América Latina.

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