Unidade vai poder produzir 100 tratores por dia, conta o diretor da fábrica, Jefferson Teixeira| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Números

• 20% dos R$ 2 bilhões que a Case New Holland está investindo até 2014 devem ser aplicados na unidade construída na década de 1970 na Cidade Industrial de Curitiba. A planta passa agora por processo de ampliação de modernização.

• 70% das máquinas que a empresa produz são destinados ao mercado interno. O aumento das vendas depende da expansão das áreas agrícolas e da aposta dos produtores rurais em equipamentos que permitem elevar a produtividade.

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A Case New Holland (CNH), fabricante de máquinas agrícolas e de construção ligada ao grupo Fiat, está investindo R$ 400 milhões na ampliação da fábrica de Curitiba, considerada a maior do grupo na América Latina. Os recursos serão usados no desenvolvimento de novos produtos, ampliação e modernização da unidade industrial, com a implantação de novas linhas de produção de tratores. O pacote de investimentos faz parte dos R$ 2 bilhões que o grupo está aplicando entre 2011 e 2014 no Brasil.

Segundo o diretor industrial da fábrica, Jefferson Teixeira, o projeto terá duas fases e ao final aumentará a capacidade de produção de 67 para 100 tratores por dia. A fábrica de Curitiba vai passar a produzir tratores de grande potência, entre 340 e 400 cv, com alta tecnologia embarcada, voltados também para agricultura de precisão, que já são produzidos nos Estados Unidos.

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"O que vemos no Brasil hoje é, ainda, em grande medida, o crescimento de áreas para agricultura. Mas é principalmente o avanço da produtividade que vai demandar novas máquinas, com alta tecnologia no mercado nos próximos anos", afirma Teixeira.

A primeira fase do projeto começou em junho, com a substituição do atual sistema de pintura por um novo, mais moderno e produtivo. Em outubro começam a ser instaladas as linhas finais das novas gerações de tratores. O objetivo é abastecer principalmente o mercado interno, que representa hoje 70% das vendas da empresa. A primeira linha é de tratores entre 340 e 400 cv. Em seguida será a vez dos modelos entre 250 e 350 cv. A ideia é ampliar e equilibrar melhor o mix de produtos entre as marcas Case e New Holland, cobrindo faixas de potência de 50 cv até 400 cv.

O Brasil é considerado um dos centros de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos do grupo e somente nos últimos dois anos foram contratados 250 engenheiros, a maior parte em Curitiba. Segundo a empresa, a ideia é antecipar a demanda dos produtores, que estão cada vez mais interessados em reduzir as janelas de trabalho para plantio e aproveitar espaço, por exemplo.

Estima-se que até 2015 o mercado nacional deve ter um aumento médio de 10% ao ano nas vendas de colheitadeiras e de tratores de alta potência. Parte dessas novas máquinas vai substituir a geração atual. De acordo com a consultoria Agroconsult, entre 2011 e 2020, o Brasil precisará de cerca de 552 mil máquinas para renovar e aumentar a frota nacional. Desse total, os tratores representam praticamente 91%, enquanto as colheitadeiras ficam com os 9% restantes.

A fábrica de Curitiba, que foi inaugurada na década de 1970 na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), produz também linhas de colheitadeiras, segmento no qual a CNH tem ainda uma segunda fábrica, inaugurada há dois anos, em Sorocaba (SP). As máquinas produzidas na unidade paranaense são exportadas para mais de 70 países. A planta é a única no mundo a produzir, num mesmo site, tratores, colheitadeiras e componentes, como plataformas de corte, cabines e transmissões.

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O atual pacote de R$ 2 bilhões inclui ainda o investimento de R$ 600 milhões em uma fábrica de máquinas para construção em Montes Claros (MG). O grupo possui também uma unidade industrial desse segmento em Contagem (MG) e outra que monta colhedoras de cana e plantadeiras em Piracicaba (SP). A CNH faturou US$ 3,1 bilhões no país em 2011, 7% mais do que no ano anterior.