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Série já vendeu mais de 4 milhões | Divulgação/Redoctone
Série já vendeu mais de 4 milhões| Foto: Divulgação/Redoctone

Brasília – A indústria de transformação encerrou o primeiro trimestre com todos os indicadores em alta e consolidou uma tendência de crescimento mais intenso neste ano, conforme dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A redução do faturamento das empresas exportadoras, em virtude da valorização do real, não afetou o indicador de vendas reais da indústria no período, mas é um fator de preocupação para o segundo trimestre.

"Não sei se este crescimento do primeiro trimestre vai se manter nos outros meses, principalmente em abril", disse o economista da CNI, Paulo Mol. Ele afirmou que, embora possa não haver uma redução das vendas físicas, as empresas exportadoras, com a conversão de dólar para real, podem ter a renda afetada. Em março, comentou Mol, o câmbio médio foi de R$ 2,09 por dólar e, em abril, caiu para R$ 2,03.

O economista destacou que o crescimento das vendas reais da indústria tem sido sustentado por cinco setores, que explicam 90% do crescimento do primeiro trimestre: alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos, produtos químicos, refino de petróleo e álcool e metalurgia básica.

Alguns desses setores, como os de álcool e de metalurgia básica, têm uma grande parte de sua produção exportada. "A valorização do real não é neutra no faturamento dessas empresas. Pode até não reverter o quadro atual, mas, com certeza, vai amortecer o crescimento desses setores", previu.

Os indicadores industriais de março mostram um aumento das vendas reais de 0,4% em relação a fevereiro de 2007, retirando os efeitos sazonais, e de 4% na comparação com março de 2006. No acumulado do trimestre, a alta das vendas foi de 4,1%. Mol avalia que o aumento da demanda interna tem compensado as perdas de lucratividade geradas pela valorização do real, o que justifica os números positivos.

As horas trabalhadas, que indicam o comportamento da produção, ficaram praticamente estáveis em março, com 0,2% de expansão em relação a fevereiro, mas acumulam uma alta de 2,2% no trimestre.

Inflação

Segundo a CNI, o dinamismo da produção industrial veio acompanhado de maior uso da capacidade instalada, o que coloca em pauta a necessidade de realização de novos investimentos que expandam a base produtiva. Para o economista-chefe da entidade, Flávio Castelo Branco, o crescimento da utilização da capacidade instalada na indústria, que ficou em 81,7% em março, não representa uma ameaça de aumento da inflação.

Ele argumentou que o ritmo de expansão em 2007 é muito mais suave do que o verificado em 2004, quando houve um forte crescimento da economia. Naquele ano, alguns segmentos da indústria chegaram a seu limite de produção e ainda assim não conseguiram suprir toda a demanda. O resultado foi a elevação dos preços.

Porém, Castelo Branco insiste que o processo agora é diferente. Enquanto, em 2004, a utilização da capacidade instalada crescia, em média, um ponto porcentual por trimestre em relação a 2003, o crescimento em 2007 é de 0,4 ponto porcentual por trimestre. Outra diferença, segundo o economista, está no fato de que, em 2004, o uso do parque industrial estava elevado na maioria dos setores, enquanto em 2007 o crescimento é concentrado em um número reduzido de setores.

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