A indústria brasileira deixou de faturar R$ 121,5 bilhões entre o final de 2008 e o início de 2009 por conta da crise financeira internacional. De acordo com estimativa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a economia do país como um todo deixou de produzir o equivalente a R$ 248,3 bilhões no período. "Esse não é um número preciso, é uma estimativa para se ter uma ordem de grandeza do tamanho do tombo sofrido", disse Marcelo de Ávila, economista da entidade.
Até setembro de 2008, quando a crise global se agravou após a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers a indústria nacional cresceu, em média, 1,8% por trimestre. Nos últimos três meses daquele ano, o Produto Interno Bruto (PIB) industrial amargou um tombo de 7,6%, seguido por um novo recuo de 4,7% no primeiro trimestre de 2009.
Para estimar as perdas sofridas, Ávila calculou quanto o setor poderia ter produzido e faturado caso mantivesse nestes dois trimestres de retração o mesmo ritmo de expansão registrado de janeiro a setembro de 2008.
No entender do economista da CNI, o impacto só não foi maior porque a demanda no mercado interno se manteve aquecida, graças às desonerações tributárias promovidas pelo governo para automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção.
Os indicadores mais recentes mostram que a indústria já conseguiu recuperar boa parte das perdas sofridas durante a crise mundial. O faturamento, por exemplo, já está 4,2% acima do verificado antes de setembro de 2008. A produção, entretanto, ainda não completou o ciclo de retomada. "A indústria vem se recuperando de forma consistente e a produção deve superar os níveis pré-crise em dois meses", disse Ávila. A produção de julho, último dado disponível, ficou 1,4% menor do que o registrado em setembro de 2008.
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