• Carregando...

Fusão

ETH e Brenco criam gigante do etanol

A ETH Bioenergia e a Companhia Brasileira de Energia Renovável (Brenco) vão formalizar hoje um acordo para a criação de uma joint venture, que será a maior produtora de etanol de cana-de-açúcar do mundo.

A ETH, controlada pelo Grupo Odebrecht juntamente com a trading japonesa Sojitz, que possui 33% das ações, tem cinco usinas, três das quais entraram em operação em 2009. A Brenco é uma empresa criada por um grupo de investidores, como Vinod Khosla, criador da Sun, e Steve Case, responsável pela AOL nos EUA.

A estimativa da capacidade para moagem da nova empresa é de 37 milhões de toneladas, e a produção deve chegar a 3 bilhões de litros de álcool a partir da safra 2013/2014.

O processo de consolidação do setor de açúcar e álcool avançou nos últimos meses no Brasil. No início do mês, um acordo marcou a união da Cosan e a Shell.

Das agências

A diretoria da Usina de Cana de Açúcar Cofercatu, de Florestópolis, no Norte do estado, não chegou a uma proposta para o pagamento dos 1,3 mil cortadores de cana que entraram em greve na última segunda-feira por atraso nos salários de janeiro. Em reunião, a empresa decidiu ontem que todos os funcionários estão dispensados até que seja encontrada uma forma para realizar o pagamento. Uma das alternativas estudadas é a adoção de uma linha de financiamento bancário.Segundo o gerente administrativo da Cofercatu, Sérgio Eufrazino, havia um acordo entre a empresa e os cortadores, feito anteriormente à paralisação, de que o trabalho continuaria até que a empresa pudesse vender sua produção e obter recursos. "Não temos dinheiro e a usina precisa de dias moendo. Agora, o pessoal está dispensado até segunda ordem".

A decisão surpreendeu os cortadores de cana, que planejavam ir até a sede da usina na manhã de hoje para conhecer a proposta da empresa. Os trabalhadores são irredutíveis quanto à necessidade de receber os pagamentos do mês passado. "Se eles não pagarem todo o montante atrasado, não vamos voltar", afirmou a trabalhadora Francisca Rodrigues de Souza, de 35 anos. "Meu marido que é fiscal de corte está com dois meses de atraso. Temos dois filhos e precisamos pagar aluguel, energia elétrica e fazer as compras no mercado. A situação está muito complicada", ressaltou.

Explicação

O grande volume de chuvas é considerado pela empresa o principal empecilho para a produção e a obtenção de recursos. Segundo Eufrazino, desde o início da safra, em 7 de maio de 2009, os trabalhadores ficaram mais de 2,7 mil horas paradas em razão das chuvas. Com o tempo instável, não há como retirar a cana-de-açúcar das plantações, diminuindo a produtividade da empresa. "Isso representa mais de 100 dias parados. Com nossos custos fixos, levamos até onde conseguimos", disse.

O excesso de chuvas já provocou uma redução no volume de etanol produzido no Paraná em 2009. Segundo a Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), o estado moeu 43 milhões de toneladas de cana das 53 milhões disponíveis. Essa diferença resultou em 470 milhões de litros de álcool que deixaram de ser produzidos. A queda na produção refletiu no encarecimento do álcool nos postos e fez o governo federal reduzir a proporção do combustível na mistura com a gasolina, de 25% para 20%, no início de janeiro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]