Um dos impulsos mais importantes para o desenvolvimento de negócios na internet é o fato de ela permitir a colaboração entre pessoas que, apesar de distantes, têm algum interesse em comum. Isso vale para quem quer encontrar um desafiante jogo de xadrez até um cientista que precisa de uma mão para solucionar um problema complexo.
"Estamos vendo ainda o começo da transformação que essa colaboração na rede pode trazer para nossas vidas", afirma Maria Alexandra Cunha, professora do curso de administração da PUC-PR especializada em tecnologia da informação. Segundo ela, essa interação vai mostrando o potencial na política, com a construção de sites de orçamento participativo, como fez a cidade de Belo Horizonte, e de fóruns de discussão sobre projetos públicos, na economia, com exemplos que vão de sites que permitem que os clientes enviem fotos usando os produtos da empresa a sites que ajudam a desenvolver novas tecnologias.
Um dos exemplos de como funciona a colaboração on-line é a elaboração de softwares com códigos abertos que podem ser baixados gratuitamente. Qualquer pessoa pode apontar e corrigir falhas, apresentar melhorias e aplicativos com base nesse código muitas vezes somente pelo prazer de trocar essas informações. Dentro desse universo, há também empresas que lucram com serviços ligados a esses programas. É o que faz a Mandriva Conectiva, uma firma de origem curitibana que apostou na ideia de desenvolver aplicativos com base a plataforma Linux na década de 90.
"Para esse sistema virar um negócio, é preciso focar nos serviços. Existe a adaptação do software e o treinamento para que os usuários entendam seu potencial. Hoje o nosso principal mercado é o de fornecimento para fabricantes de computadores que precisam de uma opção para baixar custos", conta Wanderlei Antônio Cavassin, diretor de desenvolvimento da Mandriva. Ele conta que as alterações feitas pela empresa também são colocadas na internet para que outros desenvolvedores possam usá-las. E foi esse o segredo para que o sistema ganhasse peso em um mercado dominado pela gigante Microsoft. "Muitas empresas no passado desistiram de fazer sistemas fechados próprios por uma questão de escala. Só assim surgiu um desafio para a Microsoft", completa Cavassin. (GO)
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