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Juliana e Alessandra levam a van cheia de cosméticos, lingeries e acessórios aonde as consumidoras estiverem | Valterci Santos / Gazeta do Povo
Juliana e Alessandra levam a van cheia de cosméticos, lingeries e acessórios aonde as consumidoras estiverem| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo
  • Os chinelos estampados de Tatiana: souvenires para calçar

O Brasil tem cerca de cinco milhões de empresas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mas o número de negócios é bem maior, pois o dado do IBGE não inclui os microempreendedores individuais que estão sendo cadastrados pelo Sebrae, nem os informais. Mais que demonstrar a diversificação e o dinamismo da economia, os empreendimentos são também um termômetro da cultura do país; saber o que as pessoas desejam exige alta percepção sobre o mercado e o comportamento dos consumidores. O grupo de empreendedores ao lado traduz essa capacidade em cavar oportunidades. Eles descobriram novas demandas, que, não fosse pela criatividade deles, talvez permanecessem sem atendimento. É o caso de um produtor que, além de criar as próprias abelhas, percorre a Grande Curitiba recolhendo colmeias que se instalam em casas e edifícios. Entre os empreendimentos curiosos, há também uma loja ambulante que leva produtos femininos aonde as consumidoras estiverem e a casa de bailes de Maringá que oferece homens para dançar com senhoras desacompanhadas

Serviços curiosos

Confira abaixo quatro empreendimentos que se destacam pela criatividade:

Dupla jornada

O apicultor Cirineu Palivoda carrega na carroceria de sua caminhonete um título singular: coletor de abelhas. Circulando por Curitiba e região metropolitana, ele atende a casas, edifícios e estabelecimentos comerciais que estão sendo incomodados pela formação de uma colmeia. "Quando o enxame cresce, pode começar a atacar as pessoas. Muita gente joga água, fumaça, tentando espantar as abelhas, mas só deixa o enxame bravo. Pessoas que não têm experiências não devem mexer", recomenda.

Em oito anos de atividade, Cirineu já realizou 1,5 mil remoções de enxames. Após a retirada, as abelhas são levadas para a chácara do apicultor, em Quatro Barras, para serem utilizadas na produção de mel. O serviço custa de R$ 180 até R$ 1,2 mil. Os valores mais altos são para remoções em locais de difícil acesso, como andares altos de prédios. Ao fim de um ano, as 35 remoções mensais proporcionam a produção de 25 a 30 toneladas de mel. "Meu faturamento é dividido meio a meio entre a remoção de enxames e a produção de mel", relata.

Contato: (41) 9112-8357

Loja ambulante

Nem revendedora, nem loja fixa. As sócias Juliana Almeida e Alessandra Brito desenvolveram um método de venda de produtos femininos que alia as características dessas duas formas de venda. Elas agendam visitas a locais de trabalho em uma van abarrotada de cosméticos, lingeries e acessórios femininos. "Queríamos levar produtos às mulheres, mas de forma diferente. Com a correria do dia a dia, filhos, marido e casa, muitas vezes acabamos sem tempo para nós", explica Juliana.

O investimento foi de R$ 160 mil, entre a compra e a customização do carro e a formação de estoque e capital de giro. As visitas são agendadas com associações de funcionários, salões de beleza e grupos de afinidade. Para deixar a clientela bem à vontade, a loja sobre rodas tem tapete, tevê, som e estrutura para ser realizado um curso de automaquiagem. "Nosso carro é como um outdoor ambulante, para fazer com que as pessoas se interessem pelos produtos. Por onde a gente passa, as mulheres nos tem recebido muito bem", comenta Juliana.

Contato: (41) 9845-0781 e (41) 9616-5212

Lembrança nos pés

Quando administrava uma agência de eventos, a empresária Tatiana Rodrigues percebeu que faltavam opções de souvenires aos turistas que vinham a Curitiba. Resolveu então apostar em chinelos com estampas personalizadas, mostrando os pontos turísticos da capital paranaense. Desde então, imagens do Jardim Botânico, do Parque Tanguá e da Ópera de Arame, entre outros, calçam os pés dos turistas que por aqui passaram. "Escolhi o chinelo porque é algo que todo mundo usa, diferente de uma camisa, que acaba ficando encostada", explica Tatiana, que vende os produtos por atacado.

A ideia foi levada para outros mercados, como Foz de Iguaçu e Rio de Janeiro. E também para outros setores fora do turismo, aceitando encomendas de empresas que queiram um brinde personalizado. Para o cliente final, os pares custam entre R$ 30 e R$ 42, com margem de lucro de 100% para o varejista. "Estou fechando negócios também com escolas de samba e clubes de futebol. Acredito que, com a chegada da Copa do Mundo, temos a oportunidade de representar e divulgar bem o Brasil", avalia.

Contato: (41) 9918-5023

Dançarino de aluguel

Senhoras desacompanhadas não têm desculpa para ficar sentadas nos bailes da Estância Gaúcha, em Maringá (Noroeste do Paraná). O clube montou uma equipe de 12 homens e rapazes que ficam à disposição das damas que querem dançar mas foram sozinhas ao estabelecimento. "Eles recebem por isso, mas fazem mesmo porque gostam", conta Isabel Mendes, sócia do clube.

A ideia surgiu há dois anos e, de lá para cá, as frequentadoras se acostumaram com os dançarinos, identificados pela camiseta: "Vem dançar comigo". "No começo era meio estranho, pois é a mulher que tem de convidar, e normalmente é o homem que convida", diz Isabel.

Os dançarinos são, em sua maioria, alunos dos cursos de dança gaúcha ministrados no próprio clube. "São pessoas que vieram aprender a dançar e se prontificaram a participar", contou. E, em breve, os homens não ficarão mais desassistidos.

A Estância Gaúcha promete montar um grupo com mulheres, que vão dançar com os senhores desacompanhados.

Contato: (44) 3028-3491

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