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O recolhimento de embalagens de agrotóxicos caiu 16% no Paraná no primeiro semestre deste ano, em comparação com igual período de 2005. Entre janeiro e julho, foram coletadas no estado quase 1,98 mil toneladas de embalagens, contra 2,35 mil toneladas no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev).

A queda pode esconder um fato positivo, avaliam o Inpev e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, responsável pela condução do programa no estado. Ao contrário de revelar um possível desleixo dos setores envolvidos (indústria, revendedores de insumos, agricultores e governos), o número declinante apontaria que o Paraná foi o primeiro estado a zerar um passivo de embalagens vazias de safras anteriores acumuladas na propriedade.

O programa de recolhimento começou a funcionar em março de 2002, para cumprir a Lei 9.974/00, que obrigou a indústria a dar um destino final – reciclagem ou incineração – às embalagens. Além da indústria, o processo envolve os vendedores de insumos (obrigados a indicar na nota fiscal o local de entrega das embalagens, além de gerenciar os postos de coleta) e os produtores rurais (que devem lavar as embalagens e devolvê-las no máximo um ano após a compra do produto).

Desde 2002, o Paraná apresentava volumes crescentes de embalagens recolhidas. A exceção foi o primeiro semestre deste ano quando, pela primeira vez, o estado perdeu a liderança em volume coletado para Mato Grosso, que acumulou quase 3,1 mil toneladas. Entre os sete principais estados agrícolas, além do Paraná apenas o Rio Grande do Sul apresentou queda (de 4,3%) no primeiro semestre. No cálculo nacional, o recolhimento cresceu 8,3% no período, para 11,62 mil toneladas.

"O Paraná faz um excelente trabalho nesta área e, como ingressou no sistema desde o início, já deve ter eliminado seu passivo das safras anteriores, ficando nas propriedades só os produtos usados neste ano", afirma João Cesar Rando, presidente do Inpev. "O Paraná chegou a um patamar de maturidade do processo que outros estados ainda não atingiram."

Rando aponta uma provável queda no consumo nacional de agrotóxicos neste ano, provocado pela descapitalização do agricultor. "Em 2005 houve uma redução de 10% na venda de defensivos em relação ao ano anterior. Em 2006, a queda poderá ser ainda maior", prevê. Mesmo assim, o Inpev planeja aumentar em 7% o volume de embalagens coletadas, chegando a 19 mil toneladas.

Segundo o governo estadual, o Paraná já recolhe 96% do total de embalagens utilizadas anualmente. Esse índice supera a média nacional, de 84% em 2005. De acordo com o Inpev, o Brasil é líder mundial, com folga, neste trabalho. O país que chega mais perto é o Canadá, com o recolhimento de 70%. Neste ano, a meta brasileira é atingir um índice de 92%.

O presidente do Inpev diz que a maior parte do material que ainda permanece no campo é composta por embalagens secundárias, principalmente as caixas de papelão, que não têm contato direto com o produto e apresentam um poder menor de contaminação do homem e do meio ambiente. Nessa categoria, o índice de recolhimento é de apenas 25%.

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