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Em artigo anterior focalizei uma das reformas controvertidas e, ao mesmo tempo, mais urgente – a reforma trabalhista. Neste, tratarei da reforma do ensino.

De todos os problemas da educação, o mais grave é o da má qualidade. Das crianças que iniciam a escola, apenas 57% chegam à 8ª série. Cerca de 73 milhões dos brasileiros que votaram no último pleito não completaram essa série. Mais de 50% dos adultos são analfabetos funcionais (Ipea, Brasil, o Estado de uma Nação, 2006). É um quadro dramático. Cerca de 37% dos jovens entre 15 e 25 anos não completaram o ensino fundamental.

O Brasil está travado: falta emprego e sobram vagas. Muitas empresas enfrentam dificuldades para contratar eletricistas, soldadores, mecânicos e técnicos de outras áreas. A menos que tomem suas próprias providências, as poucas empresas ora em construção vão esbarrar com o problema da falta de mão-de-obra qualificada assim que ficarem prontas.

E isso acontece em um país que cresce míseros 3%. Imaginem o desastre quando o Brasil crescer 5% ou 6%.

Uma reforma do sistema educacional terá de contemplar quantidade e qualidade. Mas, neste artigo, desejo fazer sugestões para melhorar a qualidade.

A massificação do ensino veio para ficar e nem podia ser diferente. Por isso, temos de melhorar a qualidade dentro desse quadro. Para tanto, penso que a medida mais prioritária é melhorar a gestão das escolas. Não basta aumentar os recursos; é preciso usá-los bem. Computadores, bibliotecas, bons salários para professores – tudo isso é importante – mas a administração eficiente é crucial. As escolas e os profissionais com bons resultados precisam ser enaltecidos e premiados. Os maus, criticados e corrigidos.

Os professores necessitam de atualização contínua. Mas isso não basta. É importante que os novos conhecimentos passem para a mente dos alunos. Está aí um bom critério de premiação. Alunos que evoluem devem gerar gratificações aos professores e administradores. Sei que muitos alunos trazem deficiências da família. Esses precisam dos melhores professores.

Por cima de tudo, há que se envolver os pais para que passem a demandar uma educação de melhor qualidade. Esta é a força mais poderosa para pressionar a escola e os seus gestores. E, finalmente, temos de restaurar o clima de disciplina e respeito que deve imperar na atividade de ensino.

antonio.ermirio@antonioermirio.com.br

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