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O mercado financeiro se comportava na sexta-feira como se o governo Dilma tivesse acabado. Algo que tornaria inevitável uma mudança de rumo.

Há hoje três cenários. O primeiro, de continuidade do governo Dilma. Apesar de perder espaço a cada nova operação da Lava Jato, que pode conseguir provas para um novo pedido de impeachment ou para subsidiar a cassação da chapa presidencial, este é cenário de curto prazo. O governo não acabou e a animação do mercado tem tudo para perder fôlego porque as outras possibilidades não são assim tão simples.

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O segundo cenário, de impeachment, colocaria no poder um governo de Michel Temer. Ele já demonstrou que quer implementar uma agenda de reformas liberais. Com alguma sorte, o novo governo conseguiria alimentar algum ganho de confiança, mas continuaria com dificuldades para enfrentar a desordem na economia. Para chegar ao poder, Temer terá de fazer o Congresso se voltar de forma definitiva contra Dilma. Não dá para dizer se o episódio com Lula torna a tarefa mais fácil ou difícil.

A terceira via é a cassação, que levaria a uma eleição, com algum grau de incerteza sobre o resultado. É o caminho menos previsível, mas com a vantagem de que o novo governo assumiria com a legitimidade para, quem sabe, fazer as reformas necessárias rapidamente. O processo no TSE anda lentamente e pode não conseguir provas para a cassação.

Em qualquer cenário, a paralisia diante dos problemas de longo prazo do país deve durar mais alguns meses até que haja consenso político para aprovar reformas que reduzam o peso do Estado e melhorem o clima de investimento. A reação do mercado, como sempre, foi exagerada diante do imbróglio político do país e não indica melhora na economia real.

Em alta

Argentina

O país vizinho fechou um acordo com seus credores e está prestes a normalizar sua participação no mercado financeiro global.

Em Baixa

Exportadoras

Empresas que exportam foram as que mais sofreram com a reação da bolsa à piora da situação do governo Dilma. A tese é a de que um novo governo lidaria com câmbio menos pressionado, dificultando o caixa dessas empresas.

PIB

O desastre do PIB de 2015 tem uma dimensão estatística imensa. Se a economia tivesse parado de recuar em janeiro e ficasse estável até o fim do ano, já estaria “comprada” uma recessão de 2,5% neste ano, segundo uma conta do Itaú. Como o ano começou com a atividade ainda em baixa, os economistas já projetam um número abaixo disso. Prever queda de 4% em 2016 não é pessimismo.

Dexter Latina

A fabricante de inseticidas paranaense Dexter Latina prevê um crescimento de 20% neste ano – em 2015, a companhia registrou uma expansão de 23,8% no faturamento, que chegou a R$ 32 milhões. Ela está investindo nas vendas de um novo produto que tem como alvo as larvas do mosquito que transmite a dengue e a zika. A empresa no último ano qualificou sua equipe de vendas e ampliou a cobertura em áreas do Sudeste Norte e Nordeste do país.

PwC

O ano começou com um número menor de fusões e aquisições, segundo a PwC. Foram 51 transações em janeiro, menor número desde 2009, ano em que o país sentia os piores efeitos da crise internacional de 2008. A média para o mês de janeiro desde então vinha sendo de 57 negócios. Na Região Sul, foram oito transações.

Lei do AR

Um projeto de lei que prevê o envio de correspondências com aviso de recebimento (AR) para comunicação de inadimplência virou o novo alvo de protestos do setor produtivo no Paraná. Entidades como a Associação Comercial do Paraná (ACP) dizem que o projeto que tramita na Assembleia Legislativa elevaria os custos para a manutenção dos cadastros de inadimplência – a conta é de que seriam R$ 2 milhões por mês no Paraná.

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