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Sempre escuto, em conversas com profissionais atuantes em empresas de todos os portes, que, se eles fossem os donos da organização, fariam as coisas diferentes, melhores e mais ágeis. É comum ouvir dos colaboradores que dariam tudo para estar no lugar do chefe, para dar ordens, definir os rumos da organização, etc. Eles sempre dizem que tomariam decisões melhores do que seus gestores e que, se tivessem uma oportunidade, poderiam mostrar que sabem fazer mais e melhor. No entanto, nem sempre este discurso tem fundamento, pois a gestão de um negócio – seja ele pequeno ou grande – exige, além de conhecimento técnico e teórico, talento para administrar recursos e pessoas.

Lisandro, um profissional que conheci, descobriu (da maneira mais difícil) que aceitar riscos com investimento da organização é mais fácil do que empenhar suas economias em projetos sem garantia de sucesso.

Lisandro iniciou sua carreira como trainee em uma multinacional e, aos poucos, foi subindo na hierarquia da empresa. Seu perfil ousado e inovador foi seu diferencial para conquistar, com menos de 30 anos, um cargo de gerente do setor de produção. O rapaz tinha facilidade para tomar decisões e para assumir riscos. Aceitava projetos grandiosos e convencia seus supervisores a aceitar suas propostas ousadas, a investir em projetos caros, mas que traziam resultados interessantes.

Lisandro era conhecido pelos colegas e diretores como alguém que assumia responsabilidades e que definia, com rapidez e propriedade, qualquer tipo de assunto ou de tarefa. Os elogios constantes dos superiores, bem como a percepção de que conseguia trazer resultados notáveis para a organização fez com que Lisandro começasse a avaliar seu posicionamento na empresa. Ele começou a questionar a atuação dos diretores e a imaginar como seria uma empresa gerida somente por ele.

Então, tomou uma decisão importante quando, em uma conversa com um dos diretores da empresa, soube que ele era cogitado para assumir, num prazo de três a cinco anos, uma posição ainda melhor na hierarquia da organização.

Lisandro, estimulado por suas conquistas profissionais, decidiu abandonar a carreira promissora que construía para montar seu próprio negócio, confiando em sua habilidade de tomar decisões acertadas e rápidas. No entanto, o novo empreendimento exigiu de Lisandro investimento de tempo e de recursos bem maiores do que os imaginados inicialmente. Como sua reserva de capital esgotou-se muito rápido, quando ele iniciou as atividades de seu empreendimento se viu sem recursos. Foi então que os problemas se agravaram.

Durante o processo de contratação dos funcionários, Lisandro demonstrou boa vontade, prometendo salários que considerava justos. Depois, arrependeu-se dos valores acertados, pois teria dificuldade para honrar com o prometido. Equivocou-se, também, na negociação dos prazos para o pagamento dos equipamentos adquiridos, pois a data de vencimento das faturas não lhe conferia fôlego para obter faturamento e lucro. Os erros consecutivos mostraram para Lisandro que era mais simples ser ousado com o dinheiro alheio. Quando um projeto implantado por ele na empresa não rendia tanto quanto o esperado, ele podia melhorar no mês seguinte, ou contar com o apoio de outros departamentos para avaliar o erro e propor melhorias. Havia cobrança, mas também o suporte e a segurança de não estar sozinho.

Agora, Lisandro encontrava-se no centro de todas as decisões e era responsável por todos os erros e acertos e, cada erro significa perda de dinheiro próprio. Então, após empenhar muitos recursos pessoais para tentar evitar o fracasso de sua empresa, ele percebeu que a gestão de um negócio próprio era muito mais complexa que do inicialmente imaginara. Lisandro acabou fechando as portas de seu negócio e voltou ao mercado de trabalho como colaborador.

Hoje, ele é um profissional mais preparado do que antes, pois, além de maturidade e vivência, Lisandro adquiriu humildade.

Inserção social sustentável

O Clube das Mães do Brasil, organização não governamental sem fins lucrativos, realiza o projeto "Mãos que fazem", que visa a inserção social de grupos que vivem marginalizados, além de contribuir com o meio ambiente.

Por meio de uma oficina de costura, homens e mulheres moradores de rua da cidade de São Paulo aprendem a confeccionar sacolas ecologicamente corretas, que são feitas de TNT, algodão cru e de retalhos que teriam como destino os aterros da Cidade de São Paulo. O objetivo é preservar o meio ambiente e promover o resgate da auto-estima, valorização individual, educacional e profissional, formação para o trabalho, exercício da cidadania e reintegração social desses homens e mulheres que fizeram da rua seu lar.

O Clube das Mães do Brasil atua com educação ambiental para a sustentabilidade e educação não-formal para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. Sua missão é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e ambientalmente saudável.

SERVIÇO

Esta coluna é publicada todos os domingos. As histórias contadas são baseadas em fatos reais. O autor, no entanto, reserva-se o direito de acrescentar a elas elementos ficcionais com o intuito de enriquecê-las.

As notas sobre empresas e ONGs são publicadas gratuitamente. Este espaço está destinado a todas as organizações que queiram divulgar suas ações na gestão de pessoas e projetos na área social. Produção e contato: BEKUP Comunicação: e-mail: silvia@bekup.com.br. Currículos: cv@debernt.com.br

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