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Você prefere comprar algumas maçãs ou duas caixas de figos pelo mesmo preço? Pessoalmente, prefiro figos. São saborosos, combinam com outros ingredientes, inclusive sorvetes. Racionalmente compro as maçãs, têm mais substâncias, vitaminas e não são perecíveis como os figos. Resumindo, chama-se a isto de análise comparativa. Aprendi na bolsa de valores, comprando ações que possuíam liquidez, lucros e perspectivas futuras. Mas, antes de tudo, preços. Como você prefere gastar seu dinheiro? Comprando um carro de luxo, viajando, mobiliando sua casa a cada dois anos ou comprando roupas? Tem gente que prefere uma casa na praia, mesmo com custo operacional alto. Hoje em dia a internet mostra os segredos de Paris e o coloca virtualmente no Coliseu em Roma. Tenho um amigo que já percorreu o mundo num computador, faz parte da vida moderna.

Pessoalmente, não acredito em hotéis que tenham quartos e serviços globalizados a preços de ocasião. Descobrimos o equívoco no primeiro dia. Não existe mamão com mel de graça. Como dizia o grande economista Milton Friedman, alguém vai ter que pagar o almoço. Sinceramente, prefiro gastar minhas economias em viagens e belas refeições mundo afora. Nem sequer dirijo automóveis e não tenho casa à beira-mar. Custa muito menos um hotel de categoria do que manter durante anos uma moradia secundária, com os ônus que representa, inclusive com os riscos que sofremos. Aprendi com o Paulo Francis que os leitores adoram saber detalhes de viagens, inclusive dos restaurantes e os preços pagos. Vários amigos viajaram pela Europa na Copa do Mundo e voltaram encantados com a Alemanha. País civilizado, limpo, tudo funciona e os preços razoáveis, ou melhor, possíveis de suportar. Um hotel de quatro estrelas, 60 euros, em torno de 165 reais para duas pessoas com café da manhã farto. Renato Duprat contou-me que freqüentava um grande restaurante, com dezenas de opções, onde se escolhiam os pratos feitos na hora, em torno de 45 reais, na média. Vivia cheio e predominavam as massas italianas. Não era a quilo (raros) e sim porções. Em Paris, no Champs Elisee, tem uma cadeia chamada Pronto, que tem dezenas de massas feitas na hora, saborosas, por 30 reais. Se você for a um restaurante fino, tipo um bistrô da moda, e tomar um bom vinho vai gastar 100 reais por pessoa. E se for no La Tour D’Argent, um superfino que tem quase a idade do Brasil e a melhor adega de Paris, vai custar em torno de 200 dólares por pessoa, 500 reais.

Já a Itália é bem mais barato, próximo a São Paulo. Uma refeição razoável, com carne, custa 50 reais ou 25 dólares, próximo de Curitiba e com a Capela Cistina para visitar e ver as obras de Michelangelo. Já há alguns anos não vou aos Estados Unidos, mas amigos me dizem que os hotéis dobraram de preço em Nova Iorque. Possivelmente pelo turismo interno. Os americanos gostam de viajar pelo seu país. Já o Canadá, que é belíssimo no verão, está pela metade do preço, organizado, limpo e com tratamento especial aos turistas. No fundo, bem melhor que visitar o Nordeste e comparativamente bem mais barato. Meu amigo Poty prefere Lugano, na Suíça, sempre pega um trem e vai jantar em Milão com uma amiga italiana que vive numa mansão centenária e belíssima.

Ver a Europa de trem é uma viagem inesquecível. Analise e compare. Troque os figos pelas maçãs.

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