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A preocupação governamental no que tange ao desenvolvimento do nosso litoral, retorna agora, depois de adormecida por anos. De um lado a necessidade de rodovias, de outro a preservação ambiental, somando-se às duas, a busca de recursos financeiros. Empresários vendo suas atividades estagnadas. Mas é possível reverter.

Um quarto de século passou desde o firme enfrentamento da questão cuja solução principia com a comunicação por rodovias. O governo de José Richa, seguido do governo João Elísio Ferraz de Campos, fizeram desenvolver projeto que puseram à disposição do governo Federal, na esperança de parceria financeira. Construir-se-ia o trecho da BR-101 no litoral do Paraná – único estado onde não existe essa rodovia.

Do aprofundado estudo participou o Engenheiro Heinz Herwig, secretário de Trans­­portes à época. Das diversas alternativas, resultou o projeto de ligação entre Garuva e Alexandra, circundando a baía de Guaratuba, ao pé da Serra. Dali fluiria pela BR 277, tanto para o Porto de Paranaguá, como para Antonina e por igual serra-acima.

Foi considerada a ideia da ponte Guaratuba-Matinhos sobre a entrada da baía. Mas prevaleceu a proposta da ligação por terra, por sérios motivos, destacando-se em primeiro lugar a integração de população e propriedades produtivas isoladas geograficamente e, em segundo, desvio do tráfego pesado de cargas, das pouquíssimas praias que temos e que clamam por turismo.

Na época, ambientalistas afirmaram que os manguezais e a fauna em geral seriam seriamente afetados. Como se não soubessem nossos engenheiros manter a riqueza ambiental intocada, mesmo a custa de acréscimo de poucos quilômetros, com passagens de nível para animais maiores copiando estradas dos Alpes, etc.. O fundo da baia continua intocado e lá só se chega de canoa...

O projeto ficou nas gavetas, pois não houve ressonância federal – situação que perdura até hoje. Com recursos próprios apenas, seria além de impossível financeiramente, injusto politicamente, construir uma rodovia de interesse federal.

É louvável que o governador Pessuti mostre interesse no fulcro central do desenvolvimento litorâneo, tão esperado por quantos lá tentam contribuir para a economia, nela incluído o cumprimento das obrigações tributárias. Basta mandar examinar o embrião que ficou lá atrás, retificar o que de modernização pode ser implantado e ter sorte de sensibilizar os órgãos federais para a imprescindível parceria financeira. Lembramos apenas a inconveniência para as empresas sediadas em Guaratuba, Caiobá, Matinhos, e demais até Pontal do Sul, do tráfego ininterrupto de caminhões que não podemos deixar de vislumbrar, quando considerada a ideia da rodovia "Interportos", com destaque da ligação pela ponte sobre a baía, como noticiado na Imprensa.

Tenha-se presente o contínuo esforço de prefeitos e de comerciantes no sentido de assegurar fluxo e permanência em temporada de verão, daqueles milhares de turistas tentados a demandar outras areias, como as da "Bela e Santa Catarina". Progresso sim, mas sem ocupar as vias principais que cortam aquelas cidades, com infindáveis comboios de carga, impedindo tráfego de quem "vem fazer praia", no minguado tempo de férias.

Geroldo Augusto Hauer, sócio fundador de G A Hauer Advogados Associadosgeroldo@gahauer.com.br)

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