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Engana-se quem acredita que dinheiro é o fator mais importante para investimentos e crédito. Na verdade, a variável essencial é o tempo. Ter tempo vale muito, sem tempo não se faz nada. Se alguém precisa de dinheiro, pode fazer hora-extra no trabalho. Mas não há dinheiro nenhum que compre sequer alguns minutos a mais de vida.

Passado esse intermezzo quase poético, vamos aos fatos: cuidado com a palavrinha "antecipação". Vários bancos oferecem produtos financeiros usando esse nome – antecipação da restituição do IR e antecipação do décimo-terceiro salário são as principais. Nos últimos dias, várias instituições andaram apregoando a restituição do décimo-terceiro. Não deixa de ser uma pequena novidade, porque, normalmente essa era uma opção ofertada mais para frente, no segundo semestre. Provavelmente seria leviano concluir isso, mas a contratação precoce desse produto parece levar a crer que os brasileiros estão mais "enforcados" neste ano.

Convém não esquecer que essas antecipações são, na verdade, empréstimos. O que o banco faz é ceder ao seu cliente recursos equivalentes a parte do décimo-terceiro. E, claro, cobra juros por isso. Apesar de não ser as taxas mais altas do mercado, os juros são consideráveis – variam, aproximadamente, de 2,5% a 4% ao mês (as instituições têm juros diferentes conforme o relacionamento do cliente com o banco; se estiver interessado, portanto, não deixe de pedir ao gerente do banco uma taxa menor do que aquela primeira que ele oferecer).

O pagamento, normalmente, se faz em parcela única na época do pagamento do décimo-terceiro. Pensando em uma taxa média, de 3,5% ao mês, se o sujeito contratar hoje numa antecipação de R$ 2 mil, pagará perto de R$ 2.460 em meados de dezembro. O valor será bloqueado quando seu décimo-terceiro cair na conta. Isso sem contar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Uma paulada de quase R$ 500, portanto, perto de um quarto do valor tomado inicialmente. É o tempo contando contra você – afinal, quanto mais cedo você contratar a tal antecipação, mais juros irá pagar.

Em caso de uma emergência, não é uma má opção, porque os juros de outras opções são bem mais altos. O cheque especial cobra em média 8,22% ao mês e o cartão de crédito, 10,45%, de acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Dependendo da negociação, pode ficar abaixo do empréstimo pessoal dos bancos, que está em 3,41%, em média, segundo a mesma instituição.

Interessante é que tem gente que se tornou habituée desse tipo de produto, contrata todos os anos. Isso é um sintoma de descontrole financeiro, porque muito melhor é não pagar juro algum. Se o leitor está pensando em tomar esse tipo de empréstimo, pense melhor. Faça as contas e tente economizar um pouquinho mais.

Um clássico

Quando entrarem em campo, daqui a pouco, Brasil e México irão protagonizar um clássico latino-americano. Não só no sentido esportivo, mas também no econômico. São os dois maiores PIBs da América Latina, colocados em hemisférios diferentes não só na geografia, mas também nas relações internacionais.

Na Copa do Comércio Exterior, o México tem vantagem. De janeiro a abril, os mexicanos colocaram no mercado brasileiro mercadorias no valor de US$ 1,7 bilhão. O Brasil exportou para eles US$ 1,1 bilhão.

Pra frente, Brasil!

Se tiver alguma dúvida ou comentário, escreva para financaspessoais@gazetadopovo.com.br

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