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De setembro de 2012 a agosto de 2013, os preços subiram em média 6,09% no país e 6,07% em Curitiba, de acordo com os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o cálculo do IPCA. Não é pouco. Nos últimos 36 meses, o incide acumulado soma 19,7%. Ou seja: quase um quinto do valor do dinheiro foi embora, em um período bem curto.

Em um artigo publicado no início deste ano, comparei a ação da inflação à de cupins, que devoram o poder de compra das notas que você tem no bolso. Esse cupim econômico tem reduzido o efeito do aumento da renda dos brasileiros nos últimos anos. É claro que ele não nos ataca com a mesma voracidade de anos passados. Em setembro de 1993, por exemplo, o mesmo IPCA contava 24,6%. Em um único mês, portanto, aquele cupim inflacionário ancestral roeu mais dinheiro que o acumulado de três anos, na atualidade.

Inflação alta – e é inegável que 6% ao ano é muito – desperta algumas das piores lembranças para o brasileiro. Mas é preciso colocar as coisas em seu devido lugar. Não estamos sob hiperinflação e, por mais que o IPCA ande alto, ele está sob controle. Esse, aliás, é um problema; o Banco Central e o Ministério da Fazenda parecem estar satisfeitos em manter o índice no teto da meta, quando poderia estar batalhando para mate-lo no centro ou abaixo dele.

Dito isto, a questão passa a ser: como posso me proteger da inflação?

Há duas maneiras de encarar essa questão. Muita gente pode pensar em investimentos, formas de aplicar o dinheiro de forma a obter rendimentos maiores que a inflação. Nesta coluna, entretanto, gostaria de pegar outro caminho: proteger-se da inflação também é consumir de forma consciente, de modo a obter o melhor resultado com aquela quantidade de reais que recebemos a cada mês. Isso vale especialmente para as compras em supermercados, que é onde a inflação costuma se manifestar com mais clareza.

De vez em quando alguém fala em fazer compras em grandes volumes e estocar mercadorias. É uma forma válida de usar o dinheiro, mas não consigo deixar de me lembrar dos tantos filmes B que já vi, em que cidadãos pacatos estocavam água, comida enlatada e munição para enfrentar ataques de zumbis e extraterrestres. Compras em grandes quantidades trazem em si o risco do desperdício: não é incomum que mercadorias acabem se estragando porque não foram consumidas a tempo.

Por incrível que pareça, o item apontado por especialistas como o mais importante na hora de fazer as compras é muito simples: ir ao mercado com uma lista de compras. Segundo o Instituto Akatu (vale a pena dar uma olhada no site, www.akatu.org.br), organização que se dedica a promover o consumo consciente, um terço dos alimentos que compramos acaba se estragando e indo para o lixo. Em um ano, cada família média brasileira acumula um desperdício de 255,5 kg de comida no lixo. Segundo o instituto, se poupasse o valor jogado fora, a família acumularia quase R$ 1 milhão ao longo da vida.

Compre aquilo que precisa, na quantidade certa. E use ferramentas de pesquisa de preço, como o Disque Economia da prefeitura de Curitiba (disqueeconomia.curitiba.pr.gov.br). O serviço recebe informações de grandes mercados e permite que o usuário monte sua lista de compras e faça uma pesquisa. O sistema aponta em qual loja a lista pode ser comprada a menor preço.

Talvez assim a inflação faça menos estragos no seu bolso.

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