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A frase do título era slogan de uma campanha da Prefeitura de Curitiba, há quase 30 anos. Na época, a administração havia criado sua ouvidoria – uma das primeiras do país na área do serviço público, pelo que me lembro; mais tarde, com uma mudança de lei, acabou extinta – e a publicidade oficial estimulava o cidadão a levar a ela os problemas que, porventura, tivesse em seu relacionamento com o município.

O princípio de contar tudo para o ouvidor vale para outras áreas. Na área bancária ele é especialmente importante. Todo banco tem a sua ouvidoria, e elas foram criadas por ordem do Banco Central (pela resolução 3.849, de 2010) para atender questões que já foram tratadas, sem sucesso, pelos canais convencionais – como o gerente da conta ou da agência ou o call center, dependendo do caso.

Há algum tempo uma leitora escreveu para contar que o Itaú estava exigindo que sua mãe, idosa, fizesse um plano de previdência privada como condição para a abertura de uma conta. Esse é um caso claro de abuso, inclusive porque, na maior parte dos casos, planos de previdência não são aconselháveis para clientes idosos (a leitora entrou em contato com a ouvidoria e reverteu a questão). Em outro caso, a atendente do Bradesco disse para a cliente que uma nova norma interna a impedia de abrir contas salário, mas somente contas correntes. Detalhe: em frente a essa funcionária havia um cartaz onde se lia "Traga a sua conta salário para o Bradesco".

Muitas vezes essas são orientações internas de uma agência, feitas sem o conhecimento da instituição. Para atingir uma meta, por exemplo, alguém inventa uma regra que não existe de verdade e que, muitas vezes, é ilegal. Parece ser o caso da conta salário, porque ela é isenta de diversas tarifas (emissão de cartão magnético; saques, até o limite de cinco por mês; acesso a dois extratos por mês; manutenção de conta) e tem baixo potencial para gerar receita ao banco. Recorrer à ouvidoria coloca a situação nos trilhos (e pode resultar em punições administrativas para o funcionário responsável).

A resolução do BC que obrigou a criação das ouvidorias estipula algumas regras básicas. O banco deve dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria e garantir acesso gratuito ao atendimento. O BC também manda que elas tenham um número de acesso telefônico, mantido em local visível nas agências e registrado em extratos e comprovantes. Caso você precise de alguma informação ou apresentar uma queixa e ainda não tenha tropeçado nos contatos da ouvidoria da sua instituição, o próprio BC mantém uma lista com os telefones e os nomes dos responsáveis pela área. Está em www.bcb.gov.br/?RED-OUVIDBANCOS.

De volta aos 10%

Desde março de 2012 o Brasil vinha convivendo com juros básicos (a taxa Selic) abaixo de 10% ao ano. De lá para cá, o país chegou ao mínimo histórico da taxa – 7,25% ao ano, entre 11 de outubro do ano passado e 17 de abril deste ano – e depois retomou uma trajetória de alta. A reunião do Copom que começa hoje deve sacramentar a elevação da Selic de 9,5% para 10% ao ano. O período de 20 meses com juros de um dígito termina amanhã.

Tomara que essa fase não dure muito.

Conta pra gente!

Você já teve alguma experiência com as ouvidorias de bancos? Como foi? Escreva para financaspessoais@gazetadopovo.com.br.

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