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Veja os valores da taxa de renovação de cadastro cobrados por algumas instituições |
Veja os valores da taxa de renovação de cadastro cobrados por algumas instituições| Foto:

O Banco Central divulgou na sexta-feira que passará a proibir a cobrança da tarifa de renovação de cadastro, que os bancos costumavam cobrar periodicamente (a cada seis meses, normalmente) de cada correntista. Boa notícia.

Essa era uma daquelas cobranças que o BC manteve na regulamentação das tarifas bancárias que entrou em vigor em abril deste ano. Naquele momento, a regulamentação foi comemorada como um grande avanço. Antes dela, cada instituição tinha sua lista de tarifas, cada qual com um nome diferente. Não havia padrão, e por isso ficava impossível para o cliente comparar os custos de um banco com os de outro. De uma canetada, o BC resolveu esse problema.

A tarifa de renovação de cadastro não deixou os correntistas muito felizes. Não dá para dizer que eles não têm razão – afinal, que despesas o banco teria para levantar informações sobre alguém que já é seu cliente? Em novembro do ano passado tratei desse assunto aqui na coluna, provocado por uma leitora que estava chateada com uma cobrança semestral de R$ 39,00. A tal tarifa era assim: você nem lembra que ela existe, mas ela dá sempre uma mordidinha no seu extrato.

Pois agora a cobrança está proibida. O correntista pode comemorar, mas é melhor não ser efusivo demais. A experiência mostra que não é fácil tirar receita da boca de uma instituição financeira. Veja a própria questão das tarifas: entre meados de 2007 (antes da regulamentação) e meados de 2008, alguns valores chegaram a triplicar. Ou seja, os bancos aproveitaram o prazo para se adaptar à nova regra para elevar os preços.

Uma outra amostra foi vista em uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo. A matéria mostra que, enquanto os bancos estatais seguiam a orientação do governo federal de "puxar" a redução nos juros, eles ao mesmo tempo aumentavam as tarifas. Isso pode ser visto inclusive na tabela ao lado, que mostra a evolução da finada cobrança da renovação de cadastro. O Banco do Brasil é o único que elevou a tarifa.

Caro cartão

Saíram ontem os dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) sobre os juros em agosto. A taxa média para pessoa física ficou em 127,25% ao ano (ou 7,08% ao mês), a menor desde 1995. É a sétima redução seguida, fruto, principalmente, da queda nos juros básicos (a taxa Selic, que é definida pelo Banco Central). Não é demais lembrar que, embora tenha caído, a taxa ainda é muitíssimo alta. Por isso é melhor não se enganar com a taxa mensal, que pode parecer pequenina.

A pesquisa da Anefac mostra ainda que os juros do cartão de crédito continuam intocados, na faixa dos 233% ao ano, há seis meses. Quase o dobro da média.

Rápida retomada

O Brasil é um país de reações rápidas. Veja os dados sobre a aviação: o número de passageiros transportados no mês passado foi 21% superior ao do mesmo período de 2008, segundo dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac). Quem acompanha o setor apontou de cara a retomada econômica como responsável pelo salto. As empresas voltaram a colocar os seus empregados nos ares, o turismo de eventos decolou outra vez. No lado da pessoa física, fala-se muito das passagens promocionais, mas elas não estão aparecendo. As ofertas de passagens a R$ 100,00 ou menos andam sumidas.

Falta de Focus

Mesmo com todos os instrumentos matemáticos usados pelos economistas de bancos e consultorias, as estimativas apresentadas no relatório Focus, do Banco Central, acabam seguindo a lógica do atirador de dardos: quanto mais perto do alvo, maior a chance de acertar. É o que dá para deduzir do que foi apresentado ontem, em especial em relação ao PIB. É provável que os dados do próximo documento, semana que vem, já tragam uma variação bem mais próxima de zero ou até mesmo positiva. Isso porque ele começará a incorporar as revisões feitas pelas instituições depois do anúncio do PIB do segundo trimestre, ocorrido na sexta.

Em um artigo enviado a clientes do banco, o estrategista de investimentos pessoais do Banco Real, Aquiles Mosca, chega a comparar o Focus com a missão Apollo, que levou o homem à lua. Mosca conta que a margem de erro aceitável nas primeiras estimativas feitas pela Nasa, em 1961, era de 1%. Esse porcentual foi sendo reduzido, primeiro para 0,5%, depois para 0,2% e, no momento do lançamento (1969), era de 0,05%. "Se a Nasa precisasse contar com as previsões do boletim Focus, o voo da Apollo 11 provavelmente não teria alcançado a altura de um balão de festa junina", conclui.

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