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Místico metal monetário

Por que o ouro atrai tanto as pessoas? Por que razão elas enxergam nele um valor tão alto? Por que ainda o compram como reserva de valor ou investimento? O mercado financeiro atual tem diversas opções que podem ser mais interessantes que o metal, mas mesmo assim ele continua sendo procurado. O Aldair, leitor da coluna, escreveu há alguns dias dizendo que avaliava aplicar em ouro, mas desconhecia histórico de preços e a volatilidade (ou seja, o grau de variação dos preços).

O ouro tem grandes fãs. Eles se sentem atraídos pela fama de reserva segura, sólida. Como investimento, entretanto, já teve dias melhores. Veja o gráfico ao lado. Ele mostra a evolução do preço do grama de ouro na BM&F Bovespa desde o início do ano passado.

O preço já começou no pico, cotado a R$ 111,50 – de fato, a trajetória já era descendente desde setembro de 2012, quando chegou ao ponto mais alto dos últimos cinco anos, R$ 118,20. Em junho do ano passado, a cotação chegou ao vale, negociada por R$ 85,50. Desde o fim de março deste ano, o preço vem se mantendo em uma faixa de flutuação entre R$ 90 e R$ 96 por grama.

Se vai subir? Tudo depende de um cenário bem maior. A demanda de ouro está muito ligada aos momentos de crise. Essa é a razão do último grande surto de alta, associado à carnificina ocorrida no mercado financeiro com a crise das hipotecas nos Estados Unidos, no período 2008-2009. Guerras também fazem o preço subir. Recue no tempo e vai perceber uma alta de 45% nos preços nos 360 dias que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001.

Escolha natural

Há alguns anos, a NPR – a interessantíssima rádio pública dos Estados Unidos – fez uma reportagem sobre a razão pela qual o ouro se tornou o metal precioso por excelência. A resposta veio de um engenheiro químico da Universidade de Columbia, Sanat Kumar. Segundo ele, a tabela periódica está cheia de elementos que explodem ao menor contato com o ar. Outros são radioativos ou ainda não se prestam ao uso monetário por uma razão bastante prosaica: à temperatura ambiente, são gases. Há os que são raros demais ou superabundantes.

Pelas contas de Kumar, sobrariam apenas cinco: ródio, paládio, prata, platina e ouro. Os dois primeiros só foram descobertos no século 19, então não contam. A platina tem ponto de fusão na faixa dos 1.600 graus Celsius, por isso uma civilização antiga não conseguiria fazer moedas com ela. Sobram a prata e o ouro. A prata perde o brilho com alguma facilidade, por ser mais reativa. O ouro não. E ele é um pouco mais raro. "Para a terra, sob qualquer parâmetro, o ouro é a melhor escolha", diz.

Quem quiser ver a matéria da NPR (em inglês), é só seguir o link goo.gl/139UlN.

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