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Por acaso o leitor já fez a si próprio a pergunta do título aí de cima? Já tentou colocar no papel uma lista de objetivos, de conquistas a serem alcançadas nos próximos anos?Pelo que eu sei, pouca gente costuma fazer isso. Não é uma tarefa fácil, principalmente levando-se em conta que a gente se acostumou a resolver nossos problemas dia a dia – matando um leão de cada vez, como falam por aí. Digo isso porque, recentemente, fiz esse exercício eu mesmo. Cheguei a oito itens principais – o que é pouco, eu sei, mas também sei que essa é uma lista aberta, que precisa mesmo ser revisada e ampliada de tempos em tempos.

Ter essas metas na cabeça é importante para manter o foco de suas atitudes. É preciso fazer a si mesmo uma pergunta: essa decisão que eu pretendo tomar combina com os meus objetivos? Isso é válido inclusive do ponto de vista financeiro. Há pessoas que sonham em morar numa chácara ou ter uma casa na praia, mas nunca colocam esse objetivo em prática. Não separam recursos nem traçam estratégias para isso.

O filme Amor sem escalas tem uma cena interessante que toca esse assunto. No filme, o executivo Ryan, vivido por George Clooney, percorre os Estados Unidos para cumprir uma tarefa que outros profissionais pagam para não fazer: demitir pessoas. Em uma ocasião, ele defronta-se com Bob, um homem de seus 50 anos que não aceita estar sendo dispensado. Eles batem boca até que Ryan/Clooney lembra que o currículo de Bob mostra que ele estudou culinária francesa antes de começar a trabalhar para o atual empregador. Enquanto seus colegas de faculdade fritavam hambúrgueres para ganhar algum dinheiro, ele trabalhava num restaurante fino. "Até quando você pretendia esperar para voltar e finalmente fazer o que te deixa feliz?", pergunta.

Qualquer um pode se colocar no lugar do personagem e perguntar a si mesmo até quando esperar para abrir um negócio, comprar a casa própria, passar uma temporada estudando no exterior? Mas fazer o que a gente gosta exige dedicação e algum planejamento. É aí que entra a tal listinha.

Não é preciso fazê-la por escrito nem prendê-la na porta da geladeira. Ela pode estar somente na cabeça, desde que você a leve a sério. Partindo dela, comece a definir estratégias para transformá-la em realidade. Se exigirem dinheiro, comece a poupar. Provavelmente vai perceber que o estímulo certo (nesse caso, um objetivo claro e agradável) torna economizar uma tarefa muito mais simples.

Pagodinho

Se você não simpatiza com a ideia de definir metas ou objetivos pessoais, saiba que não está só.

Pessoalmente, não sou do tipo que faz listas. Reluto até mesmo em usar uma agenda, o que já me rendeu incômodos mais de uma vez. Pessoas como nós precisam mais ainda de instrumentos que permitam manter o foco em realizações de longo prazo. Se o planejamento financeiro leva a grife Zeca Pagodinho ("Deixa a vida me levar..."), nossa chance de transformar sonhos em realidade não é lá muito grande.

Candidatos e títulos

"Na ilusão de ganhar dinheiro fácil, o consumidor pode ser enganado." A frase é de um relatório da Pro Teste, uma organização de defesa do consumidor, e se refere aos títulos de capitalização. Você deve conhecer: são aqueles papéis que os bancos oferecem sob diferentes nomes (Ourocap, Pic, Pé Quente, entre outros), que prometem remuneração com juros e prêmios sorteados entre os compradores. Normalmente os juros são muito baixos e a aplicação tem prazo fixo – sacar antes implica em pagar um "pedágio" que acaba com a rentabilidade. Só é bom negócio se você tiver uma sorte danada e ganhar o tal prêmio. Onze em cada dez analistas de investimentos dizem que comprar títulos desse tipo é uma tremenda fria.

Pois não é que vários candidatos a governador, vice e senador têm essa encrenca em seu patrimônio? Está tudo nas declarações de renda, que você pode ver no site divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010.

Se investem mal o dinheiro deles, o que farão com o da viúva?

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