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Decisões do Copom| Foto:

iacomini@gazetadopovo.com.br

Há algumas semanas recebi aqui na redação do jornal uma ficha que deveria preencher com a data das minhas férias no ano que vem. Isso foi no começo de setembro, e foi o meu primeiro passo concreto em direção a 2009.

Se o leitor é assalariado em alguma empresa, por certo a essa hora já deve ter recebido uma consulta desse tipo. Se exerce cargo de gerência ou direção, também deve estar participando das discussões sobre o orçamento do ano que vem. Discussões, aliás, que devem estar sendo bem complicadas, dado o momento econômico pelo qual estamos passando. Mas a questão é justamente essa: com a bolsa em alta ou em baixa, com mais ou menos crédito, com recessão ou euforia, 2009 virá.

Tendo isso em mente, não seria uma má idéia seguir o exemplo do mundo corporativo e dar início a uma rodada de discussões domésticas a respeito do que fazer em 2009. É o ano de trocar de carro? De fazer uma pequena reforma na casa? Então seria bom pôr isso na ponta do lápis (ou numa planilha eletrônica) e estabelecer uma lista de prioridades e um cronograma – o que é mais importante deve ser feito antes, o que é menos importante vem depois e o supérfluo fica no fim da fila.

Por experiência própria sei que as pessoas têm a tendência de dar prioridade a itens de conforto ou de lazer quando fazem essa lista, deixando de lado aquilo que consideram chato e esquecendo que imprevistos acontecem. Para eles, a regra é reservar um valor para emergências que possa ser sacado sem comprometer outros investimentos.

Exemplo? Uma noite dessas estava prestes a dormir quando ouvi um barulhinho de água. Pensei ser uma torneira aberta, mas não: o aquecedor a gás (que prestava bons serviços ao apartamento havia seis anos) estava furado. Precisava trocar imediatamente, sob pena de ficar sem banho quente – mau negócio com o frio que fazia semanas atrás.

Ninguém poderia prever o furo no aquecedor, mas não é difícil imaginar que alguma coisa sempre pode dar errado. E é melhor estar prevenido.

Antes do filme

Na sexta-feira passada, impelido pelos meus filhos, fui ao cinema assistir ao último filme da Disney, High School Musical 3. Percebi algumas coisas:

• a experiência de diversão vendida pelas redes de cinemas multiplex se dissolve no amadorismo de sua administração. Apenas três caixas atendiam uma infinidade de crianças ávidas por pipoca e refrigerante no bombonière (ainda se usa essa palavra?) do Cinemark no Shopping Mueller. Será que não sabiam que era a estréia ansiosamente esperada de um blockbuster infantil?

• um filme comum dificilmente tem mais do que três comerciais antes da exibição dos filmes. HSM3 tinha sete. No cinema você não tem como mudar de canal na hora da propaganda. Quer melhor oportunidade para anunciar?

• duas escolas de Curitiba estavam entre os anunciantes logo antes do filme. Sim, a temporada de matrículas está aberta.

A que essas descobertas levam é difícil dizer. Mas é fato que há pessoas e empresas que não param. E há outras que emperram. É a vida...

Mas cadê a crise?

Deliberadamente, esta coluna tentou reduzir ao mínimo possível o blá-blá-blá sobre a crise. Não que ela tenha perdido importância, mas porque falar sobre ela ajuda a perpetuá-la. À exceção do mercado de capitais, a maior parte das conseqüências da tempestade financeira que já foram percebidas na economia real do país deve-se mais à cautela dos agentes econômicos do que a eventos reais de contágio. É natural que empresas e investidores temam perder dinheiro e adiem decisões que envolvam risco. Mas esse temor é que faz a crise tornar-se mais forte.

Copom

É esta semana, e vai ser difícil. Quem quiser que arrisque um palpite. Eu prefiro lembrar a trajetória do passado (na tabela ao lado).

A última palavra...

... é sua. Mande para o e-mail que está ali em cima.

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