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Entre funcionários, cooperados e familiares são mais de 100 mil pessoas impactadas. Presente em três estados e pelo menos 60 municípios, ela possui mais de 100 unidades de atendimento, operadas por um pequeno exército de colaboradores. Entre diretos e temporários, eles ocupam quase 7 mil postos de trabalho. O que dizer, então, do faturamento? Hoje ele está na casa dos R$ 5 bilhões, cifra muito maior que o orçamento de muitas grandes cidades do Brasil. Para facilitar o entendimento e dar a devida noção do que isso significa, o valor equivale ao orçamento anual que a prefeitura de Curitiba tem para aplicar em todas as áreas de responsabilidade do Executivo, como saúde, esporte, cultura, segurança e educação. Ou seja, é muita coisa. Mais do que isso, é muita responsabilidade.

As analogias aqui são muitas e também necessárias diante do desafio de traduzir a relevância do que – ou de quem – estamos falando. Antes de prosseguir, porém, se ainda não foi possível descobrir ou pelo menos arriscar de quem estamos falando, vamos à revelação. A motivação é o cooperativismo, mas a inspiração vai muito além. O case é a Coamo, que não é uma simples cooperativa, e sim a maior de todas as cooperativas brasileiras. E o que é melhor, tem sede aqui no Paraná, em Campo Mourão – apesar de essa não ser uma informação de amplo conhecimento da população paranaense. Muito embora a cooperativa seja conhecida e reconhecida internacionalmente como um dos grandes players mundiais de produção e comercialização de commodities agrícolas e seus derivados.

Mas, de volta às analogias, que não são comparações, assim como a prefeitura de Curitiba, a cooperativa de certa forma também tem seus deveres para com aqueles que ela representa. E não é somente prestar assistência técnica, financiar e comercializar a produção, atribuições típicas desse tipo de organização. Se o faturamento é igual ao orçamento da capital do estado, as obrigações também. O objetivo da sociedade cooperativa, pelo menos no modelo atual, é o resultado econômico, mas através do social, da formação, educação e transformação das pessoas. Uma verdadeira mudança cultural, para enfrentar e viver um mundo capitalista e cada vez mais competitivo.

Agora, como enfrentar esse mundo sem comprometer valores e, sobretudo, mantendo-se fiel aos seus princípios? Pergunte a uma cooperativa, ou melhor, pergunte à Coamo. É certo que ela não deve ter respostas para tudo. Mas vai buscar. Como sempre fez ao longo dos seus 41 anos de fundação, completados hoje. A data não é redonda, nem ao menos sugere uma comemoração de pompa. Mas vamos combinar que o fato de influenciar a vida de milhares de pessoas, faturar alguns bilhões de reais, não ter um dono, mas 24 mil proprietários, que são os cooperados, é motivo suficiente para se comemorar não apenas uma vez por ano, mas todos os dias do ano.

Mas ser cooperativa não é fácil. E será cada vez mais difícil. É preciso ser e estar cada vez mais preparado. Tem cooperativa que cresce e se fortalece. Como tem aquela que acaba ou é incorporada. Um movimento normal da economia globalizada, onde os grandes engolem os pequenos e só os competentes se estabelecem. O modelo cooperativista não é unanimidade e nem tem a pretensão de ser o ideal. Contudo, é inegável que ele funciona, desde que bem administrado. Que o diga a Coamo ou o sistema cooperativo do Paraná, reconhecidamente o melhor cooperativismo do país. Aliás, para não esquecer as correlações, as cooperativas do Paraná devem encerrar 2011 com um faturamento conjunto de R$ 30 bilhões, enquanto a previsão orçamentária do governo do estado para 2012 é de pouco mais de R$ 27 bilhões. Com US$ 2,2 bilhões, o estado também lidera as exportações brasileiras do sistema, com 38% do total embarcado. Mais do que isso: desde o início do ano a Coamo vem liderando as vendas externas do Paraná entre todos os segmentos.

Pessoas

Então, no caso da Coamo ou do cooperativismo, os números falam por si. Não apenas os números de cifras ou faturamento, mas principalmente de pessoas. Os milhares de homens, mulheres e crianças, cooperados ou funcionários, que são a essência dessa sociedade. Isso é mobilização, que só vem com motivação e empreendedorismo. Um movimento que demanda liderança e líderes. É preciso acreditar, se doar e se comprometer à causa. Que o diga mais uma vez a Coamo, personificada na pessoa do engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini, há quase 37 anos na direção. Período em que enfrentou críticas dos que defendem a alternância do poder. Mas também um período de resultados e apoio irrestrito dos cooperados pela sua manutenção no comando da cooperativa.

O fato é que Aroldo Gallassini não é apenas um extensionista da antiga Acarpa ou um agrônomo formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É um grande líder da agricultura, do cooperativismo, do Paraná e do Brasil. E, para quem quiser saber um pouco mais sobre a vitoriosa história da Coamo, que se confunde com o desenvolvimento do cooperativismo no Paraná e no Brasil, recomenda-se a leitura do livro Coamo 40 anos, de autoria do jornalista Eloy Olinto Setti. A obra também retrata a determinação e a saga do Dr. Aroldo – como é respeitosamente conhecido o presidente da maior cooperativa da América Latina.

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