No ano que vem estará cada vez mais em evidência um dos fundamentos de finanças. Quer um rendimento maior? Tome risco. E esteja preparado para as perdas que freqüentemente dão notícias e geram desânimo nos inexperientes

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A moleza está no fim. A taxa Selic está caindo de verdade e boa parte dos ganhos reais nas aplicações de renda fixa está sendo devorada pelas elevadas taxas de administração cobradas pela maioria dos fundos destinados aos pequenos poupadores. A pesquisa Focus do Banco Central aponta que o mercado espera taxa Selic média em 2007 de 12,4%. Considerando-se um IGP-M de 4% no mesmo período, taxa de administração de 3% a.a. e imposto de renda de 20%, chegarão ao bolso do aplicador menos de 3% de ganhos reais. Isso seria suficiente para dobrar o capital investido em 24 anos. Podia ser pior, mas é bem diferente do que os brasileiros se acostumaram nos últimos anos.

A busca por maiores rendimentos nas aplicações já está levando a um intenso deslocamento para produtos com maior risco. Espera-se um aumento ainda maior nas aplicações em renda variável (ações e fundos de ações), ativos reais (imóveis e negócios próprios) e fundos que mesclem essas aplicações com maiores perspectivas de retorno como os multimercados. O movimento já começou. Confira no gráfico:

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Vale lembrar que o investimento em ações é de elevado risco no curto prazo. Ainda pior para os que entram no mercado depois de quatro anos de sucessivas altas que já acumularam 288% só no governo Lula. Recuos no Ibovespa podem significar perdas dolorosas para os novatos. Muitos deles serão abatidos logo no início de seu primeiro vôo na renda variável.

Ao mesmo tempo, alguns fundos de renda fixa estão turbinando rendimentos com títulos públicos de longo prazo. Esses papéis são bem mais instáveis do que os similares de curto prazo. O pequeno aplicador precisa ficar ciente de que em momentos de pânico no mercado terá rendimentos negativos nessas aplicações.