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É fascinante observar os mercados, mas é frustrante prevê-los. Toda vez que aparece uma regra construída com base no passado recente, existe um grande perigo de ela desaparecer no momento seguinte. Esse aspecto traiçoeiro já levou milhares de participantes à ruína. Entretanto, ao ampliar o horizonte de uma análise, teremos mais espaço para isolar as manias relativas ao curto prazo.

Três pesquisadores da London Business School, Dimson, Marsh e Staunton, colocaram à disposição do mundo o histórico de 101 anos de negócios no mercado financeiro em 16 países. Eles consideram que todos os benefícios recebidos na forma de juros ou de dividendos tenham sido reaplicados em carteiras idênticas aos índices que foram analisados.

Em todos os países, otimistas que acreditaram em ações foram os campeões ao longo do século 20. Nos Estados Unidos, as ações renderam, em média, 10,1% ao ano, em termos nominais, e 6,7% ao ano, em termos reais. Cada dólar aplicado no mercado de ações no início do século foi transformado em 700 dólares, já livres dos efeitos da inflação.

O mercado mais rentável foi o da Suécia, com um rendimento real que chegou a 7,6% ao ano. O pior foi o da Bélgica, com um retorno real médio anual de 2,5%.

O século 20 não foi bom para os investidores em renda fixa. Nos Estados Unidos, os ganhos reais dos papéis de longo prazo foram de míseros 1,6% ao ano. Os títulos de curto prazo renderam menos ainda: somente 0,9% ao ano, em termos reais.

Na Alemanha, no Japão, na Itália, na França e na Bélgica, a renda fixa fechou o século 20 perdendo para a inflação. Todos esses países sofreram com taxas de inflação extremamente elevadas pouco antes da II Guerra Mundial. Em 1923, poupadores em renda fixa chegaram a perder tudo na Alemanha.

Antes que você fique ainda mais ansioso, digo-lhe que o Brasil ficou de fora desta pesquisa. Entretanto, podemos aprender muito com ela. Uma simples olhada na tabela abaixo revela quão exótico tem sido nosso país nos últimos anos. Uma taxa real de juros de 13,2%, que vem sendo paga pela Selic ao longo dos 12 anos de Plano Real, é uma pena exagerada e não pode levar uma nação a bom destino. Para que o otimismo sobreviva no Brasil, essa anomalia precisa ser corrigida. Urgentemente.

O leitor pergunta

Quero fazer um curso na Alemanha no ano que vem. Qual é o melhor investimento?

Fundos cambiais em euro são a forma menos arriscada de você garantir sua viagem.

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