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No início do ano, a indústria de cimento calculava que o seu crescimento em 2007 seria de, no máximo, 6%. Porém, nos últimos três meses, a demanda explodiu. No acumulado de janeiro a setembro, as vendas internas já cresceram 8,7%. Tamanhoaumento na demanda acabou tendo efeitos colaterais: escassez no mercado e preços subindo.

Por ora, a região Centro-Oeste é a que mais está reclamando do aumento do preço, com problemas no fornecimento. Lá foi onde mais cresceu o consumo: 14% até setembro. Especificamente em Mato Grosso, aumentou quase 30%. Como manda a boa lei da economia, muito interesse, pouco produto, os preços subiram.

A coluna Negócios & Cia, de Flávia Oliveira, mostrou ontem que a alta já ultrapassou o Centro-Oeste e São Paulo e chegou ao Rio de Janeiro. No bimestre, pode chegar a 20% no estado.

Segundo o Sindicato do Cimento (SNIC), o preço vinha caindo há tempos. Só no ano passado, a indústria recuperou o patamar de vendas de 1999. Assim, muitas fábricas estavam paradas e, para religar um forno, não seria tão simples. Claro, há o componente de terem subestimado o aumento da demanda.

O cimento é usado do início ao fim de uma obra. O SNIC diz que não chega a 2% do valor final de um imóvel. Mas nem todos concordam. Diante do aumento, as cimenteiras estão sendo acusadas de cartel. Dez grandes indústrias controlam quase 100% do mercado.

Com a demanda superaquecida, o preço não deve cair tão cedo. Alguns dados: o mês de agosto, historicamente o de maior venda por causa das poucas chuvas e ausência de feriado, foi recorde. Setembro manteve o ritmo: as vendas aumentaram 4,8% contra agosto, considerando os dias úteis.

Para 2007, o SNIC agora prevê 9% de crescimento. E, para 2008, mais 10%.

– As construtoras estão capitalizadas e comprometidas com obras por, pelo menos, dois anos. Não há risco de crise – diz José Otávio Carvalho, secretário-executivo do Sindicato.

Ou seja, a não ser que a oferta se ajuste; mais dois anos de alta no cimento.

2 anos depois...

E 8,5 pontos porcentuais mais baixa, a taxa de juros parou sua trajetória de queda. Pelo menos, por enquanto. A decisão do Banco Central, que surpreendeu o mercado, reflete uma preocupação que o BC já vinha mostrando com o atual nível recorde do uso da capacidade instalada nas indústrias. A maioria do mercado esperava ontem 0,25 p.p. de queda, que seria a última do ciclo. Depois disso, só deveria voltar a cair no segundo semestre de 2008. Com a decisão de parar agora, acredita-se que os juros podem voltar a cair ainda no primeiro semestre do ano que vem.

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