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Eddie Briggs, alter ego de Jack Black no game Brütal Legend: descontente com a banda para a qual trabalha, ele é transportado para o mundo dos cabeludos | Reprodução
Eddie Briggs, alter ego de Jack Black no game Brütal Legend: descontente com a banda para a qual trabalha, ele é transportado para o mundo dos cabeludos| Foto: Reprodução

Um dos sonhos dos "me­­taleiros" (termo fora de moda que parece nunca morrer) foi parcialmente realizado. Imagine um mundo formado com as grandes referências do rock pesado. E só com elas. Pegue o monstro gigante da capa do disco "The Number of The Beast", do Iron Maiden. Acrescente veículos com milhares de lâminas que encartam "PainKiller", do Judas Priest. De "Butchered at Birth", do Can­nibal Corpse, retire os esqueletos vivos e carniceiros. Junte tudo isso, com muitas doses de afetação, e jogue num cenário baseado nas ilustrações de "At The Heart of Winter", do Immortal. O resultado será algo parecido com o mais recente lançamento para os videogames Xbox 360 e Playstation 3: Brütal Legend.

O jogo conta a história de Ed­­die Briggs, um ajudante desiludido de uma banda de rock. Ele não faz parte dos músicos. Não sobe aos palcos quando começa o show. O papel dele é arrumar o cenário, carregar caixas, afinar instrumentos musicais e, sobretudo, não deixar que nada de errado aconteça durante as apresentações. Pior que não ter seu próprio grupo é trabalhar com músicos que não representam o "metal" de raiz, considera. A vi­­da de Briggs muda após um acidente durante um show. Um bo­­neco gigante cai sobre o corpo dele e, por alguma razão, é transportado para um mundo no qual tudo gira em torno da cultura dos cabeludos decorados com taxinhas. O "Mundo do Metal" é infestado de monstros, esqueletos vivos, couro, guitarras e robôs góticos. O objetivo é salvar al­­guns "metaleiros" e fãs de algum bichano mal intencionado.

Brütal Legend só chegou às prateleiras depois que Jack Black resolveu encabeçar o projeto e dar vida ao personagem principal, com dublagem e trejeitos. Todo o game é baseado no carisma e na paixão do ator norte-americano, que ficou mundialmente conhecido no filme Escola do Rock, ao mundo da música. O projeto, desenvolvido tecnicamente por Tim Schafer, que já participou da criação dos clássicos Full Throttle e Grim Fandango, passou por diversas agruras. O pior momento foi quando a produtora original Sierra fechou. A Activision ficou com o espólio da concorrente e quase desistiu do lançamento por considerar que o título era muito focado em um nicho. Com apoio da distribuição da Electronic Arts, Tim Scha­fer finalmente pôde transformar em DVD a aventura roqueira.

Eddie Briggs porta um machado e uma guitarra para aniquilar os adversários. O jogador pode explorar o cenário em quase todas as direções e, em alguns momentos, é possível usar veículos (modificados com caveiras e serras) para passar por cima de algum esqueleto que insista em impedir a passagem. A curva de aprendizado é relativamente fácil para quem é acostumado a jogar, devendo usar basicamente dois botões para alternar os golpes entre riffs magnéticos mortais e machadadas. Em pontos-chave existem pequenos mini-games, como tocar um solo de guitarra acertando uma sequência predeterminada (estilo Guitar Hero). O que prejudica a jogabilidade é a quantidade enorme de trechos animados não jogáveis que acaba quebrando a fluência da narrativa.

O que salva o lançamento é a trilha sonora com os clássicos do metal. Durante toda a história, o jogador se depara com riffs de guitarra mais conhecidos de bandas como Judas Priest, Black Sabbath, Motörhead, Slayer e Kiss. Outro ponto positivo são as participações especiais de Ozzy Osbourne, Lemmy Kilmister e Rob Halford. É um jogo que deve agradar, principalmente, quem dedicou parte de sua vida a escutar o tal do heavy metal.

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