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Uma das principais tarefas de um líder é formar e treinar sucessores, ou seja, passar o bastão. Hoje venho falar sobre como os gestores podem identificar potenciais líderes em suas equipes e como a insegurança de perder o cargo para o seu sucessor pode atrapalhar na escolha da pessoa certa.

Todos nós sabemos que não somos eternos, mas costumamos viver como se isso não fosse verdade. Muitas histórias de empresas que quebram após a saída do fundador são conhecidas - aliás, é interessante relembrar que, segundo uma pesquisa da Bernhoeft no Brasil, apenas 46% das empresas sobrevivem na segunda geração, 25% na terceira, 6% na quarta e apenas 3% na quinta. É justamente na ausência da liderança que percebemos a importância de ter um plano de sucessão pronto, apesar de muitas vezes ele ser ignorado, ou só lembrado quando já é tarde demais.

Quando tudo está caminhando bem é difícil querermos pensar em futuras mudanças, afinal, "em time que está ganhando não se mexe", certo? Muitos acontecimentos do cotidiano validam essa expressão idiomática, mas tratando-se de uma sucessão de lideranças, o planejamento dos futuros passos devem ser traçados cautelosa e antecipadamente, pois estamos nos deparando com uma situação inevitável, que faz parte do ciclo de todas as empresas e deve estar previsto dentro das estratégias organizacionais.

Empresas que possuem planos de carreira e de sucessão de líderes alinhados aos objetivos da organização costumam sair na frente daquelas que acabam sendo pegas de surpresa nesse tipo de situação. Entre as primeiras, muitos chefes já sabem quem os substituirá. Mas e para aquelas empresas que ainda estão na etapa de decisão e possuem alguns bons candidatos em suas equipes? Nesse caso, a solução mais indicada é o Assessment. Neste serviço, é possível realizar um mapeamento técnico e comportamental de todos os especialistas e líderes mais aptos da organização. Desta maneira, é possível analisa-los sob uma métrica imparcial e justa para que o futuro líder seja determinado – seja ele um atual funcionário avaliado no Assessment, ou um executivo do mercado.

Preparando o sucessor

Após a escolha de um sucessor, a preparação é uma etapa lenta, crucial e determinante para a perenidade da empresa. Isso inclui fatores como a formação acadêmica e profundo conhecimento sobre a organização e seu segmento de atuação. Envolve também o desenvolvimento de competências comportamentais importantes para a função de gestão, tais como: liderança, foco em resultados, tomada de decisão e gerenciamento de conflitos, entre outros. 

A necessidade de realizar esse treinamento vem basicamente de duas maneiras: aquela que provêm dos interesses e da cultura da empresa, em que o profissional é instruído a treinar um sucessor; e aquela que surge do interesse do próprio gestor, que pensa no futuro da empresa (e da própria carreira), preparando-se para qualquer acontecimento futuro.

Em alguns profissionais, entretanto, é perceptível, e também bastante comum, que fiquem muito inseguros, com medo da possibilidade de serem substituídos em um segundo momento. Desta maneira, não transmitem todo o conhecimento técnico necessário a seus pupilos, retendo informações estratégicas e impedindo o crescimento do futuro responsável pela área. O que muitos desses profissionais não sabem, é que com esse tipo de atitude, estão barrando também seu próprio crescimento. Ora, se você preparou com primor um subordinado seu para ocupar a sua posição, a tendência é que você assuma um desafio ainda maior também.

Papel do líder

Esse tipo de atitude também pode ter outro tipo de reflexo. Vamos supor que este profissional centralizador receba uma proposta do mercado. Nesse momento, ele dificilmente poderá sair da empresa, pois ela é dependente de seu conhecimento e habilidades não compartilhadas. Um líder deve preparar o seu entorno, para quando surgir um caso como esse, ele possa agir com liberdade, sem prejudicar qualquer um dos lados. Possuir um plano B e um planejamento de longo prazo é essencial para quem assume qualquer posição de liderança.

Dentre os tipos mais buscados de liderança está o chamado líder coach, ou líder treinador. Ele procura desenvolver as habilidades técnicas e comportamentais de toda a sua equipe, pensando no progresso de sua área e também no da organização. Além disso, busca a melhoria contínua para o ambiente de trabalho, agindo com neutralidade, sem confundir o pessoal com o profissional.

Afinal de contas, qual é o verdadeiro papel do líder no preparo de sua sucessão? É sempre perigoso dizer "faça isso" ou "faça aquilo", mesmo porque cada tipo de empresa requer um tipo de gestão.

Finalizando, é importante deixar claro que não há um modo único de liderar as pessoas, como uma fórmula mágica. Cada líder possui um rol de habilidades, cada empresa precisa de tipos de profissionais diferentes, e cada equipe funciona sob estímulos diferentes e únicos. Por isso, destacaria a importância de um líder conhecer a sua equipe e as individualidades de cada um de seus integrantes e por meio de seus atos possa conquistar a tão sonhada liderança por adesão. De outra forma, o líder corre risco de se tornar um viajante solitário, e nesta jornada nenhum comandante alcança seu destino sem a ajuda de sua tripulação.

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