Em décadas de carreira trabalhando diretamente com pessoas, conheci diversos gestores, diretores, CEOs e presidentes com os mais diferentes tipos de problemas em sua empresa. Vários reclamavam sobre a alta rotatividade de funcionários, dificuldade de alcançar resultados como equipe e problemas de integração entre os funcionários. A resposta básica para todos esses problemas é: gestão inteligente de pessoas.

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Fácil falar, não é? Ser transparente, saber motivar a equipe, propiciar desafios, remunerar adequadamente, cuidar do clima organizacional, entre outras tarefas que o líder deve saber gerenciar. Entre teoria e prática existe um longo caminho, então procurarei dar um exemplo real nesse artigo.

Na época em que tudo aconteceu, Gustavo era jovem e ambicioso. Com vinte e três anos de idade entrou em uma empresa e aos poucos foi crescendo hierarquicamente. Ele era competente, ambicioso e focado em resultados – características típicas de um líder.

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Vinte anos tinham se passado desde o dia que o jovem profissional entrou na empresa. Gustavo já estava casado, com filhos e um cargo comercial que lhe proporcionava uma boa remuneração pelos padrões do mercado. Depois de tantos anos de dedicação, o superior de Gustavo enxergou nele um potencial diretor de vendas e decidiu dar-lhe uma nova promoção.

Era tudo o que Gustavo queria – status, remuneração alta e poder para tomar as decisões que nunca conseguira nos anos anteriores. Como dizem, ele "agarrou" a oportunidade com toda a vontade e disposição que conseguia entregar. Era focado em resultados e se engajou em um novo projeto de melhoria do processo de vendas para trazer mais lucro à empresa. No início, o presidente da empresa, seu então chefe, estava admirado com a força de vontade e competência de Gustavo para criar novas estratégias lucrativas.

Seu projeto realmente era bom. Foi aplicado, porém meses se passaram e os resultados não melhoraram. Pelo contrário, caíram. Indignado, Bruno, filho de um antigo amigo, me procurou pedindo conselhos. Após muito falar sobre seu projeto, seus objetivos e dados estatísticos do mercado, comentou que estava perplexo, uma vez que o que havia planejado não estava dando certo, porém sua ideia era praticamente infalível.

Esperei ele falar tudo o que queria e, ao final, fiz uma simples e curta pergunta: "E a equipe?" Confuso, ele não entendeu por que isso era relevante para a solução do seu projeto. Minha resposta foi mais simples ainda. Disse-lhe que sem uma equipe motivada e engajada com os objetivos da empresa, muito dificilmente ele alcançaria os resultados desejados. Ele precisaria assumir essa responsabilidade de líder de delegar tarefas, ter uma comunicação clara e aberta, reconhecer o funcionário quando ele merecer e, principalmente, motivar a equipe para que ela se sinta parte importante da empresa e queira desempenhar um trabalho cada vez melhor.

Ouvindo meus conselhos, Gustavo passou a se dedicar mais à gestão de pessoas da sua equipe. Tornou-se mais sociável, transparente e passou a observar o trabalho de todos minuciosamente para reconhecer os méritos de seus funcionários. Aderiu uma campanha interna motivacional, com brindes, brincadeiras e estratégias para melhorar o clima organizacional e, consequentemente, o desempenho dos funcionários.

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O resultado veio em curto prazo. Em apenas alguns meses o retorno financeiro começou a aumentar, como também o prazer que os funcionários tinham de trabalhar naquela empresa.

Acredito que essa história serve para exemplificar o que pretendo dizer melhor no artigo desta terça-feira: focar em resultados é uma característica fundamental em um líder, entretanto, também é de sua responsabilidade saber gerenciar sabiamente a equipe. Executando as duas tarefas com inteligência emocional, respeito e estratégia, o resultado, com certeza, será positivo.

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