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Existem diferentes tipos de carreiras para diferentes tipos de profissionais. Há aqueles mais empreendedores, que acabam optando por montar seu próprio negócio. Outros, buscando maior estabilidade e segurança, escolhem seguir a carreira pública. E há também os que trabalham para alguma empresa da iniciativa privada, que são a grande maioria. Indepen­dentemente do caminho escolhido pelo profissional, muitas pessoas, em algum momento de suas vidas, entram em um ou ambos desses dilemas: Mudar ou não mudar de emprego? Parar ou não parar de trabalhar?

São duas questões muito delicadas e cada profissional deve pensar friamente em sua situação, afinal de contas, tudo é relativo. Falemos primeiro sobre a mudança de emprego. São dois os motivos mais comuns: o primeiro, obviamente, é o aspecto financeiro. Se o profissional sente que não está sendo bem remunerado onde trabalha, procura outra empresa com mais benefícios e um salário mais atrativo; o segundo motivo é o emocional, que envolve diversos fatores, dentre eles a cultura da empresa, o clima organizacional e o estilo de gestão. Sendo assim, o profissional pode estar insatisfeito com seu trabalho mesmo ganhando muito bem por aquilo. Da mesma maneira, pode ser muito feliz em seu trabalho, mesmo que o salário não fosse o que ele gostaria de ganhar. Entretanto, mais que saber ou não se deve-se procurar outro emprego, muitas pessoas não sabem quando parar de trabalhar. Não é porque o dia de se aposentar chegou que você deve parar de trabalhar, mas também não é porque ele ainda não chegou que você deve continuar. Cada caso é um caso.

Para explicar melhor essa situação, que chega a ser um tanto polêmica, vou contar a história de um velho amigo meu, o Lima. Jovem e determinado, ele estudou em boas escolas, graduou-se em uma universidade renomada e, enfim, começou a trabalhar. Lima era muito estável em tudo que fazia: casou-se com a primeira namorada e nunca se divorciou, comprou uma casa na qual morou por trinta anos e quando começou a trabalhar, ainda recém-formado, não saiu mais da empresa.

Começou sua carreira como assistente de vendas, tinha vinte e dois anos, e logo se destacou entre os demais. Produtivo, sistemático e muito competente, rapidamente alcançou outros cargos. Aos quarenta e oito, assumiu um cargo de gerente sênior. Nessa situação permaneceu por mais quinze anos e completava, naquele momento, quarenta e um anos de trabalho e contribuição para a empresa. Ele tinha ótimas condições para se aposentar neste momento, mas preferiu continuar trabalhando - afinal de contas, gostava muito do que fazia. Três anos depois, aos sessenta e seis, a saúde começava a piorar e a prejudicar seu desempenho. Apresentava algumas doenças, além de falhas na memória, e isso certamente reduziu sua produtividade significativamente.

Todos os colegas sempre o respeitaram e admiraram, porém, com o passar do tempo, a situação começou a lhes irritar. Lima já não conseguia gerenciar como antes, prejudicava não só o seu trabalho, mas o de todos os subordinados e não dava espaço para alguém mais jovem, com condições de saúde melhores para trabalhar, ocupar o seu lugar.

Quando a sua situação de saúde ficou crítica, ele foi obrigado a abandonar o trabalho a pedido dos médicos. É evidente que ele poderia tê-lo feito anos antes. Saber quando se aposentar é uma grande virtude. De nada adianta continuar trabalhando quando a saúde está prejudicada ou quando a pessoa não está em condições físicas e emocionais para realizar um bom trabalho.

Sabe aquela história do profissional exemplar que errou somente uma vez em toda a vida, e é justamente por isso que a pessoa é lembrada? Isso realmente acontece. Inteligente é aquele profissional que para de trabalhar quando alcança o auge de sua carreira. Ele sai "por cima", não se desvaloriza e fica reconhecido pelo seu ótimo trabalho, e não pelos seus últimos anos de improdutividade.

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