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Eu diria que, hoje em dia, a realização profissional é quase tão almejada quanto a pessoal. Para algumas pessoas, o sucesso no trabalho é mais importante que um relacionamento, por exemplo. Não estou aqui para discutir se isso é certo ou errado, mas sim para refletir sobre a importância que a carreira tem em nossas vidas. Isto não se deve apenas ao aspecto financeiro, mas também ao prazer que muitas pessoas sentem ao trabalhar.

Da mesma forma que existem pessoas que amam suas profissões, existem outras que amam o dinheiro. Você pode dizer "todos amam dinheiro". Tudo bem, mas há quem coloque a remuneração em um nível de prioridade tão alto que pode prejudicar a qualidade de vida e até o sucesso profissional do indivíduo.

Esse foi o caso de um conhecido meu chamado Henrique, cuja trajetória de vida conheço desde que nasceu.

Henrique é filho de um amigo meu, pouco esforçado em seus estudos acadêmicos quando criança e não muito mais após ingressar na universidade. Quando optou por Engenharia Civil em seu vestibular, contou-me que era a "profissão do futuro", que o salário inicial era alto e ficaria rico com isso.

Lembro-me bem da preocupação dos pais dele, que sabiam que matemática e física não eram conhecimentos fortes do filho. Na escola sempre prestava exames finais para as duas matérias, porém, por algum motivo, Henrique não levou isso em consideração quando escolheu a profissão da sua vida.

Passou no vestibular e demorou oito anos para se formar, o que finalmente conseguiu com muito sacrifício. Ao sair da universidade, foi efetivado em uma construtora e aos poucos conseguiu um salário satisfatório – não aquilo que imaginava, mas não podia reclamar. Entretanto, a medida que o tempo passava, Henrique não evoluía. Permaneceu no mesmo cargo por anos, nunca mais voltou a estudar (a ideia de rever os números na sala de aula lhe causava arrepios) e não procurou desenvolver outras competências necessárias para a sua carreira.

Ele sempre foi uma pessoa muito agradável e de fácil convivência, mas quando o assunto era trabalho a única coisa que fazia era reclamar da profissão, das atividades, dos colegas e dos superiores. Nada o agradava a respeito do trabalho e contava os minutos para o final de semana chegar.

Não muito tempo depois veio me procurar. Disse que estava infeliz, apesar da sua remuneração ser boa o suficiente. Já não era jovem e tinha medo de arriscar uma nova carreira. E, pasmem, desejava iniciar uma carreira como professor de inglês (que nada tinha de semelhante à engenharia).

Como morou nos Estados Unidos quando era criança, seu inglês era fluente e nada lhe agradava mais que ensinar o idioma a outras pessoas. O que recomendei a ele foi que começasse a dar aulas à noite para poucas turmas, para ter certeza de que era aquilo que realmente queria.

Foi o que fez e, depois de um ano lecionando, largou o cargo de engenheiro para dar aulas em período integral. Sua remuneração diminuiu, mas isso não lhe incomodava pois a satisfação que a profissão oferecia compensava o salário. Entretanto, depois de alguns anos, abriu sua própria escola de inglês e o sucesso veio como consequência de seu amor pelo trabalho.

Se você está escolhendo sua profissão ou querendo mudar de carreira por uma que lhe faça mais feliz, não deixe de ler o artigo de terça-feira. Até lá!

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