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A criação de uma startup faz parte de um processo complexo e indeterminado. Por ser cercada de muitos desafios e por seguir para uma caminhada incerta, não deixa de ser um projeto de risco e com uma demanda grande de inovação e coragem por parte do novo empreendedor. Inovar, em sua essência, vai muito além de simplesmente fazer o óbvio. É buscar atender um mercado nebuloso, que responderá com uma demanda hipotética. As estatísticas podem clarificar muito esse caminho, e prever matematicamente uma série de fatores, mas ainda assim, podemos dizer que se está lidando com o incerto, como o futuro. Entretanto, essas iniciativas também buscam as necessidades desconhecidas das pessoas. Ou seja, para inovar basta existir o desejo de criação significativa, de modo que isso torne alguém mais feliz ou satisfeito com algo que talvez nunca tivesse pensado a respeito.

No artigo de hoje contarei a história de uma dupla de engenheiros que, ao sair da universidade, teve uma ideia de negócio inovadora e resolveram colocá-la em prática. Tomas e Adriano sempre foram muito grudados durante todo o curso de engenharia, e a iniciativa de formarem uma sociedade não foi surpresa para ninguém. Suas personalidades eram completamente distintas, porém antagonicamente complementares. Tomas era um sujeito criativo e dinâmico, Adriano mais conservador e teórico.

Com uma ideia na mão e sem muito dinheiro no bolso, os dois foram buscar investidores, a fim de materializar o projeto. Como a inovação era na área de tecnologia da automação, resolveram ir até os órgãos nacionais de desenvolvimento e pedir um apoio financeiro. Infelizmente, a primeira tentativa foi um fracasso. O pedido foi negado pelas instituições, o que fez com que a dupla tivesse que buscar alternativas.

A partir disso, inscreveram o projeto em uma incubadora tecnológica e decidiram recorrer à iniciativa privada. Oito "investidores anjo" aplicaram uma quantia de dinheiro no negócio em troca de uma parte na sociedade. Com o apoio da incubadora e dos novos sócios, iniciaram um programa de diversificação dos produtos do projeto, de acordo com as tendências e necessidades do mercado.

A partir de então, o projeto progrediu intensamente. Quinze anos após sua concepção, a simples ideia havia se transformado em um pequeno império. A empresa já possui dez filiais instaladas no Brasil e outras no exterior. Além disso, uma universidade própria foi criada para incentivar o desenvolvimento do capital intelectual interno. O faturamento da empresa também representa o sonho de muitos empresários atuais: R$ 550 milhões por ano.

Em síntese, podemos tirar algumas lições desta história. Primeiramente, devemos, antes de tudo, acreditar em nossas ideias e fazer o máximo para que elas deixem de ser apenas ideias. Todos nós somos capazes de conceber ideias geniais, mas poucas são as pessoas que têm a capacidade de concretiza-las. Pode ser por medo, preguiça ou pela desculpa de não ter o dinheiro necessário. Contudo, existem muitos "anjos" afora que desejam aplicar seu dinheiro em ideias lucrativas. Se a ideia em questão for realmente inovadora e frutífera ela não padecerá de investimentos de terceiros.

Sobretudo, se os geradores de ideias tiverem o conhecimento técnico e estratégico necessários, eles terão mais capacidade de identificar quão aplicáveis as ideias são. Embora isso não seja uma regra absoluta, há muitos caminhos para sobrepor as dificuldades, os programas de aceleração são a prova disso. Eles proporcionam a cobertura de gaps até então não previstos nos projetos. Por isso, geralmente, os aceleradores oferecem trabalho consultivo para suprir as necessidades e impulsionar o crescimento das startups. Com base nisso, fica claro que não é preciso exercer todas as posições da empresa ao mesmo tempo. A chave é encontrar o equilíbrio entre os integrantes da equipe e procurar uma mentoria adequada.

No artigo desta terça-feira falarei mais sobre as startups e o que um empreendedor precisa para tirar a ideia do papel. Até lá!

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