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No atual mundo corporativo, em virtude da alta competitividade das organizações, é comum nos depararmos com empresas e líderes que se concentram apenas nas metas e nos resultados. Isso não é de todo ruim, afinal, empresa sem lucro não se sustenta. O problema é quando o exagero desse foco compromete as relações profissionais. Ou seja, as pessoas passam a ser vistas ou tratadas como objetos geradores de receita (ou despesas), e não como colegas essenciais que, juntos, concluem projetos e alcançam metas. Isso deixa evidente a deturpação de relacionamento entre gestores e equipes.

Nós, como seres sociais, aprendemos desde pequenos a criar relações de amizade, confiança, companheirismo, lealdade. A ter uma vida em sociedade. Podemos também dizer que, quanto mais conhecemos as pessoas, mais aprendemos. Tragamos isso às nossas relações no trabalho, que é o que nos interessa.

Acho um ultraje, por exemplo, o gestor que não conhece sua equipe. Mesmo em empresas grandes, onde milhares de pessoas trabalham, desconhecer até mesmo a equipe mais próxima de trabalho é embaraçoso, e já explico o motivo. Ademais, quando digo conhecer o time, quero dizê-lo em dois aspectos: presencialmente, pois alguns só conhecem os demais por e-mails e nomes em listas de ramais e funções; e de modo relacional, conhecendo os talentos, anseios e expectativas de cada um.

A importância dos relacionamentos no trabalho

Conhecer os colegas é muito importante para que um sentimento de confiança possa ser construído no trabalho e, mais ainda, na pessoa que os lidera. É fácil lembrarmos de uma equipe revolta e ineficiente por causa de uma má liderança ou por causa de relacionamentos abalados por uma afinidade ruim. No futebol, essa trama de relações e a complexa estrutura de confiança que a envolve é comumente conhecida pela expressão "entrosamento de time". Essa conexão entre os membros de um grupo é um dos principais combustíveis e catalisadores da satisfação no trabalho, do bom desempenho, da coparticipação em projetos, da cooperação e respeito mútuos. Não podemos esquecer dos desdobramentos secundários que as relações afetam, como clientes e fornecedores. Eles percebem facilmente se a empresa que lhes atende está com ruídos de comunicação ou com falhas devido a processos e relações mal construídas.

Como disse anteriormente, sabemos que, sobretudo em grandes empresas, conhecer todos os funcionários pode ser um trabalho hercúleo, ou mesmo inviável. Bato nesta tecla pois fiquei abismado alguns dias atrás, quando soube de uma empresa demitira três executivos, e seu presidente não os conhecia. Até aí provavelmente muitos pensem que essa é uma situação comum em muitas empresas. Entretanto, esses três diretores trabalhavam há mais de dez anos na empresa em questão. Embaraçoso e moralmente assolador. Imagine o efeito moral que essas demissões e o comportamento do presidente causou em toda a empresa. Se um funcionário com mais de dez anos de casa recebeu esse tratamento, quem dirá os que estão em cargos inferiores e trabalham há menos tempo na companhia.

Numa multinacional, por exemplo, o presidente deve manter contato direto com, pelo menos, seus gestores. Dessa forma, é possível ter maior conhecimento a respeito daquilo que acontece com o restante dos funcionários, além de transmitir informações e instruções valiosas através dos gestores em questão. É claro que o ideal seria o presidente conhecer todos os seus colaboradores, mas como disse anteriormente, um grande número de funcionários impossibilita isso acontecer.

Interação entre os setores

Você já deve saber que as organizações são formadas por áreas que se complementam. A contabilidade de uma empresa, por exemplo, não depende somente de si, mas também de todos os outros setores. O comercial não venderá os produtos se não houver quem os produza. O que estou tentando dizer é que a cooperação entre as mais diversas áreas da empresa é fundamental. É comum ver as equipes tentando agir por conta própria, sem se relacionar ou conhecer os outros colegas, e acabam fazendo esforços duplicados ou em vão. Por isso, é essencial que haja engajamento entre os funcionários de diferentes departamentos.

Além disso, a empresa pode ajudar nessa relação, fazendo com que os colaboradores percebam a importância que cada setor tem para a companhia.

Por fim, ressalto que os gestores que não desenvolvem as relações pessoais, instigam em sua equipe ansiedade e medo, pois as pessoas não confiam nele. Aliás, o interesse pelos indivíduos, traz por consequência a motivação. E com motivação, fica mais fácil o alcance das metas.

Lembre-se de que conhecendo as pessoas e interagindo com os setores, os colaboradores buscam autoconhecimento, guardam informações, aprendem com outros colegas e melhoram seu convívio social a partir das interações com os demais indivíduos.

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