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 | Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo
| Foto: Giuliano Gomes/ Gazeta do Povo

A Copel registrou em 2009 seu quarto lucro líquido consecutivo acima de R$ 1 bilhão. O período longo de bons retornos permitiram que a companhia reforçasse seu caixa – suficiente hoje para pagar todas as suas dívidas – e passasse a figurar em rumores sobre a aquisição de concorrentes.

Segundo o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, o interesse prioritário da companhia é comprar pequenas distribuidoras de energia que atuam em cinco municípios do estado. É o que falta para a empresa atender todas as 399 cidades do Paraná. Mas sem a perspectiva de aparecerem outros projetos de porte no estado, especialmente na área de geração, a Copel passou a olhar com mais atenção para oportunidades em estados vizinhos.

O alvo que mais interessa à Copel é a Celesc, companhia de energia de Santa Catarina. Ghilardi negocia com a estatal catarinense a possibilidade de fazer uma fusão para criar uma empresa maior e que, com a proximidade geográfica, apresentaria ganhos de escala. "Posso dizer que, se parte da Celesc for colocada à venda, temos interesse", diz Ghilardi.

Segundo ele, as conversas ainda são iniciais e dependem do desenrolar de uma disputa entre a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, e a Celesc. Os dois discutem na Justiça a transformação de debêntures adquiridos pela Previ em ações – se a conversão for mantida, o fundo passa a ter mais de 33% do capital com direito a voto. "Conversamos com a Previ para ver se ela quer vender a parte dela na Celesc e abrir o caminho da fusão." Com o negócio, seriam somadas a carteira de 2,2 milhões de consumidores catarinenses aos 3,5 milhões de clientes da Copel.

Caixa

O lucro da Copel em 2009 foi de R$ 1,026 bilhão, 4,8% menor do que em 2008. A queda reflete a decisão do governo do estado de dar um desconto para os consumidores em dia para neutralizar o aumento de 13% autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além do crescimento mais lento do mercado por causa da crise. O consumo de energia no mercado cativo cresceu 3,1% em relação a 2008, com destaque para os segmentos residencial, com alta de 5,3%, e comercial, que teve crescimento de 5,9%. O segmento industrial teve retração de 1%.

"Nenhuma empresa do Brasil dá um desconto como o nosso, e o mercado reagiu bem à medida. O consumo da indústria caiu quase 10% no resto do país e aqui o impacto foi muito menor", comenta Ghilardi. Após obter o quarto resultado acima de R$ 1 bilhão, a Copel pretende investir mais em 2010. No total, R$ 1,3 bilhão serão direcionados para melhorias na rede de distribuição, projetos de geração – no momento, a companhia constrói a Usina de Mauá – e para a construção de uma nova linha de transmissão de Itaipu até Cascavel. Apenas em Mauá devem ser investidos aproximadamente R$ 340 milhões.

Mesmo com o investimento 40% mais alto do que em 2009, a Copel continuará em uma situação de caixa confortável. Hoje ela tem R$ 1,6 bilhão disponíveis – suficiente para quitar todas as dívidas, com uma sobra de R$ 23 milhões. Em 2004, a dívida líquida (descontada do valor em caixa) era de R$ 1,3 bilhão.

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