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Balanço - Crianças estimularam gasto 7,3% maior

Considerado pelo varejo um termômetro das vendas de Natal, o Dia da Criança agradou o comércio. Pelas consultas ao sistema de proteção ao crédito da Associação Comercial do Paraná, o faturamento dos lojistas da região de Curitiba foi 7,3% superior ao do ano passado (a expectativa inicial era de 8%), com valor médio de compras de R$ 50. A Serasa apresentou balanço semelhante: 6,9% de alta no país, com base nas consultas dos clientes ao serviço de proteção.

As vendas da loja PB Kids também cresceram 7%, com destaque para os produtos de alta tecnologia. Já a Havan contabiliza alta de 30%. A Mattel, mesmo depois de recolher parte de seus produtos em agosto por suspeita de falta de segurança, se manteve como principal fornecedora de brinquedos. Para o vice-presidente da ACP, Élcio Ribeiro, o recall de brinquedos importados não impactou o setor, já que a indústria nacional se preveniu.

"Considero positivo que o comércio não tenha aproveitado a saída do mercado de parte dos importados para aumentar preços", diz. (HC)

A partir desta semana, as vitrines das lojas vão se encher de enfeites de Natal, uma vez que grande parte do comércio encomendou os produtos para serem entregues após o Dia da Criança. Já as lojas especializadas estão repletas de Papais Noéis e guirlandas nacionais e importados desde setembro, para alegria do consumidor que procura novidades. Uma das surpresas é que alguns preços chegam a estar mais baixos que no ano passado, devido à valorização do real.

"Queria tudo", resume a comerciante Célia Gusso, deslumbrada com os artigos para arranjos de mesa que encontrou ontem na Santa Claus, no Batel. A fabricante de uniformes Consuelo Thomaszeck se diz "viciada" nos artigos de Natal. Ela não tem apenas enfeites, mas também jogos de cama e louça. "Preciso decorar porque agora tenho filhos", conta a arquiteta Christiane Santos, que pretende gastar até R$ 800 com árvore e penduricalhos.

Luciano Kleina, proprietário da Casa dos Plásticos, que fica perto do Mercado Municipal, comprou 40% mais mercadoria este ano para atender a consumidores que antecipam as compras a cada Natal. "A loja atrai muita gente, preciso manter a tradição", diz. Cerca de 70% dos clientes são lojistas em busca de decoração para seus estabelecimentos – como o Papai Noel gigante que canta, por R$ 1,2 mil.

Mas é possível encontrar objetos por menos de R$ 1. A Havan, que tem quatro lojas em Curitiba, se prepara para vender 50% a mais do que no passado, quando tinha uma loja a menos. "É ideal para o consumidor que faz questão de enfeitar a casa com baixo investimento", sugere o diretor Edson Diegoli, para quem os preços da rede varejista são quase a metade daqueles encontrados em "butiques" de enfeites. A novidade este ano é a variedade de luzes coloridas.

O interesse do consumidor pela decoração natalina pressiona os fabricantes nacionais. Pela demanda recebida, a Artesanato Gravatá, de Santa Catarina, poderia ter vendido o dobro este ano, na avaliação do marido da proprietária, Host Doege. "Mas só conseguimos dar conta das encomendas feitas durante a feira anual do segmento [Christmas Fair], em julho", conta. A fábrica tem 60 modelos de Papai Noel, que vão de 15 cm a 1,80 m, entre R$ 12 e R$ 230. "São muito mais bem feitos que os da China que a gente encontra por aí", diz.

A Mancini, uma das maiores fornecedoras do país, aumentou sua capacidade este ano com a construção de nova fábrica em Manaus, onde tem pouco menos de 500 funcionários. A matriz, em Leme (interior de São Paulo), emprega no momento mil pessoas. Além da produção própria, cerca de 25% do faturamento vem dos importados. "Este ano recebemos uma linha de Papais Noéis em preto e branco que agradou bastante", diz a assistente comercial Roberta Altoé. As vendas já cresceram 30% em quantidade, em relação ao ano passado.

Preços

Na Santa Claus, o preço das árvores de Natal caiu 20% este ano. Apesar de serem montadas no Brasil, a matéria-prima é importada. Nos últimos 12 meses, a cotação do dólar caiu 15,5%.

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