• Carregando...
Para Daniela Araújo, que ontem testava alguns aparelhos no Centro de Curitiba, as promoções estão facilitando o acesso aos smartphones | Antonio More/Gazeta do Povo
Para Daniela Araújo, que ontem testava alguns aparelhos no Centro de Curitiba, as promoções estão facilitando o acesso aos smartphones| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Banda H

Operadoras atuais querem participar

O SindiTelebrasil, que representa as operadoras de telefonia no país, entrou com pedido de impugnação do edital da Banda H – última faixa de frequência para a tecnologia de terceira geração (3G) – à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O sindicato contesta regra, que consta do edital, que impede a participação das atuais prestadoras na disputa da chamada Banda H. Segundo o Sinditelebrasil, tal regra "cria um entrave à oferta dos serviços de telecomunicações e inibe fortemente a expectativa de atendimento à crescente demanda, que não poderá ser suprida sem que novas faixas de espectro estejam disponíveis".

Conforme o edital publicado, as operadoras que já têm faixas de frequência para 3G só poderão participar do leilão caso não haja nenhum novo interessado. O SindiTelebrasil sustenta, porém, que "não foram expostos argumentos que justifiquem a exclusão das atuais operadoras, apesar de a legislação da Administração Pública Federal e a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) exigirem a apresentação de justificativas para suas decisões".

Agência Estado

Depois do celular, da tevê de plasma e do notebook, protagonistas dos últimos anos, chegou a vez dos smartphones. O câmbio favorável e o esforço conjunto das operadoras devem fazer desses aparelhos – que integram as funções de um telefone celular às de um computador portátil – o presente mais desejado do Natal de 2010.

Para converter consumidores à febre da "internet de bolso", as operadoras oferecem aparelhos subsidiados que podem sair "de graça" na contratação de planos de pacotes de dados e voz a partir de R$ 80 mensais. No radar das empresas está um público majoritariamente jovem que começa aos poucos a consumir o produto – antes um "luxo" restrito aos executivos –, principalmente para uso de redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter.

É o caso da vendedora Daniela Araújo, que, para poder usar a internet em qualquer lugar, está disposta a migrar do plano pré-pago para o pós-pago. Segundo ela, as promoções estão reduzindo os preços e facilitando o acesso aos aparelhos. "Está barato para comprar. Estou procurando um aparelho que atenda todas as minhas necessidades", afirma.

A bancária Maria Medianeira dos Santos também colocou um smartphone na sua lista pessoal de desejos de consumo para este fim de ano. O aparelho dela deverá "necessariamente" ter televisão digital integrada e acesso à internet. "Pretendo baixar o Skype para falar com as pessoas, acho que assim ficará mais fácil para me comunicar com minha filha que mora no exterior e ainda economizar", diz. Ela pretende gastar até R$ 1,1 mil no aparelho e ainda está pesquisando modelos e planos em diferentes operadoras.

De acordo com levantamento da consultoria Nielsen divulgado em agosto, a venda de smart­phones cresceu 128% no primeiro semestre deste ano e já atinge 10% dos usuários de celulares no país – o que representa cerca de 19 milhões de aparelhos. A queda de 30% no preço médio, apontada pela Nielsen, pode ajudar a impulsionar ainda mais as vendas neste fim de ano, em especial para consumidores das classes C e D, que juntos representam uma fatia de 15% desse mercado.

Segundo projeção da Associação GSM (GSMA), o número de conexões brasileiras de banda larga móvel com tecnologia 3G deve sair dos 4,5 milhões de 2009 para 27 milhões no fim de 2011. Para 2013, a expectativa é de que o número de usuários chegue a 75 milhões, ou quase 40% do atual mercado de telefonia celular.

Estratégias

A Claro diz que vai baixar os preços e oferecer pacotes voltados ao uso de redes sociais. A campanha de Natal da empresa vai oferecer um ano de acesso gratuito às redes sociais – Orkut, Facebook, Twitter e Linkedin –, além de pacotes de torpedos e bônus de minutos em ligações. "A Claro aposta que este vai ser o Natal dos smartphones", afirma o diretor da empresa para Paraná e Santa Catarina, Eduardo Coutinho.

A estratégia da Tim é vender aparelhos desbloqueados e atrair clientes para os planos de internet móvel. A operadora pretende terminar o ano com dez milhões de usuários de internet, o que representa cerca de 20% de sua base atual de clientes.

A Vivo – que, segundo pesquisa da Nielsen, vendeu 65% dos iPhone 3GS comercializados no Brasil – investe nos planos dedicados ao uso dos smartphones. O portfólio da empresa oferece um plano de dados que "não traz surpresa" na conta caso o usuário ultrapasse o limite máximo de navegação. Segundo a empresa, quando isso ocorrer o usuário poderá continuar navegando na rede, acessando e-mails e redes sociais sem pagar mais por isso – apenas terá a redução da velocidade até o início do próximo ciclo de cobrança da fatura. A Oi, que recentemente lançou planos para o iPhone, informou que ainda está definindo suas estratégias para o fim de ano.

Rede atual suporta demanda mais alta

A atual rede 3G das operadoras é capaz de suportar o aumento na demanda com as vendas de smartphones deste Natal. Mas, para não esgotar a capacidade e continuar dando conta do recado nos próximos anos, as empresas devem manter o ritmo dos investimentos em infraestrutura executados nos últimos anos, segundo o presidente da consultoria de telecomunicações Teleco, Eduardo Tude. "Durante este ano as operadoras fizeram investimentos em suas redes 3G. A aposta do smartphone é justamente para levar mais tráfego para essas redes."

Segundo ele, para as empresas é mais vantajoso migrar o tráfego do minimodem 3G – que tem tráfego de dados mais intenso e, portanto, "ocupa" mais a rede – para os smartphones, que têm tráfego mais "leve". Tude afirma que o con­­sumidor pode comprar um smartphone com a segurança de que conseguirá navegar com uma velocidade minimamente aceitável.

A qualidade, velocidade e performance das conexões variam conforme a operadora e a cidade. A Vivo é a operadora que tem cobertura 3G no maior número de cidades no Brasil, seguida por Claro, Tim e Oi. Para não errar, diz Tude, a dica é ficar de olho na agressividade das ofertas. "Se a operadora está oferecendo um plano, se está investindo no crescimento e subsidiando aparelhos é porque tem 'bala na agulha'. As operadoras aprenderam a lição quando venderam os modens 3G sem ter uma infraestrutura suficiente para atender a demanda. Agora, se existe o incentivo [para a compra dos smartphones] é porque existe a capacidade [de tráfego]", avalia.

Em um teste de velocidade da internet móvel brasileira, realizado nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo, Curitiba ficou em 3.º lugar no ranking geral. A cidade ficou na 5.ª posição de velocidade média de download, teve a 3.ª me­­lhor velocidade de upload e a 3.ª melhor qualidade de vídeo. Apesar do bom resultado, nenhuma cidade atingiu a velocidade média de um megabyte por segundo.

Nova banda

A Agência Nacional de Teleco­­municações (Anatel) marcou para 14 de dezembro o leilão da banda H (frequência 3G), para a entrada de um novo competidor no mercado brasileiro – as atuais operadoras tentam impugná-lo. Mas, para o presidente da Teleco, o processo não muda a oferta no curto prazo. "Seja quem for o vencedor, vai demorar cerca de um ano até entrar em operação", diz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]