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O pacote de estímulo econômico do presidente norte-americano Barack Obama deve ser aprovado pelo Congresso. Obama vai falar sobre o plano aos americanos nesta segunda-feira (9), quando fará sua primeira coletiva de imprensa, depois que o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, detalhar os principais pontos do novo pacote de resgate para o setor financeiro. Depois ele irá participar de encontros em cidades que foram mais afetadas pela crise, como Elkhart, em Indiana, na segunda, e em Fort Myers, na Flórida, na terça-feira.

Mas as coisas não estão indo da forma que a nova administração Obama esperava. Foram duas semanas de negociações difíceis embora os auxiliares do novo presidente dizem estarem satisfeitos com os resultados, considerando o tamanho do desafio. "Em questão de semanas, nós colocamos no Congresso uma nova legislação bastante complexa", disse o conselheiro de Obama David Axelrod. "Eu não sei se existe algum paralelo na história".

O pacote de US$ 827 bilhões deve ser aprovado no Senado na terça-feira apesar da forte oposição do partido republicano e do desapontamento dos democratas, incluindo o novo presidente, que disse que ele é imperfeito. "Nós não podemos fazer do perfeito o inimigo do absolutamente necessário", disse Obama em seu programa de rádio semanal. Obama lembrou os republicanos, contudo, que foram os democratas, e não eles, que venceram as eleições de novembro.

Horas mais tarde, o Senado iniciou uma rara sessão de sábado para debater um compromisso assumido na sexta-feira entre os republicanos moderados e a Casa Branca, uma rara demonstração de cortesia feita com o objetivo de assegurar a aprovação do pacote com poucos votos republicanos se unindo à maioria democrata.

O compromisso assumido entre um punhado de moderados republicanos levou Susan Collins do Maine, a Casa Branca e seus aliados do Senado a reduzirem US$ 108 bilhões em gastos do plano de Obama, incluindo cortes em projetos que provavelmente iriam impulsionar a economia, como US$ 40 bilhões em auxílio para os governos estaduais investirem em educação e outros programas.

Contudo, o programa conservou itens que provavelmente não irão estimular a economia, como US$ 650 milhões para ajudar as pessoas sem TV a cabo a receber sinais digitais através de seus aparelhos de TV antigos ou US$ 1 bilhão para ajustar problemas com o censo de 2010.

Entre os cortes mais difíceis de aceitar para a Casa Branca e seus aliados liberais foi a eliminação dos US$ 40 bilhões de ajuda para os estados, dinheiro que os economistas dizem que seria eficiente para evitar cortes em serviços e aumento nos impostos.

Porém, o novo pacote reteve o centro do plano de Obama, elaborado para aliviar a pior recessão econômica em muitas décadas, combinando centenas de bilhões de dólares em gastos do setor público para impulsionar o consumo e corte de impostos para aumentar os gastos do consumidor.

Entre as medidas do pacote de US$ 827 bilhões debatido no sábado no Senado (o pacote anterior era de US$ 937 bilhões) estão o corte de impostos de até US$ 1 mil para casais que trabalham. Também foi incluído um crédito de até US$ 15 mil para compradores de casas e créditos menores para quem adquirir um carro novo. Mas grande parte dos recursos do pacote deve ir para as vítimas da recessão, através de uma extensão do seguro desemprego até o final do ano, planos de saúde subsidiados e aumento dos tíquetes para alimentação.

"No meio de nossa maior crise econômica desde a Depressão, os americanos estão esperando que o Congresso comece a enfrentar os grandes desafios que temos pela frente", disse Obama antes de viajar pela primeira vez para Camp David, a casa de campo presidencial nas montanhas Maryland.

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