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5,81% de alta nos preços é em quanto apostam os analistas das instituições financeiras ouvidas semanalmente pelo boletim Focus, do Banco Central. A estimativa da semana anterior era de 5,87%. A redução se dá frente à expectativa de um novo ciclo de aperto da taxa básica de juros e também diante do endividamento da população.

Na semana em que o Copom se reúne e deve anunciar mais uma alta na taxa básica de juros, os economistas do mercado financeiro diminuíram a expectativa de inflação para 2013. Após três semanas seguidas de alta, a previsão para o IPCA — índice usado oficialmente pelo governo — passou de 5,87% para 5,81%. Mesmo com uma pressão menor dos preços, a projeção para o crescimento do país continuou ladeira abaixo. De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central faz com os especialistas das instituições financeiras, a estimativa foi reduzida pela oitava semana consecutiva, desta vez, de 2,4% para 2,34%.

Segundo os entrevistados, a queda da expectativa de inflação não representa um aporte de otimismo. Pelo contrário, foi apenas um ajuste automático no sistema do BC porque o dado de junho veio muito abaixo do esperado. Ou seja, a previsão cairia mesmo que nenhum dos economistas modificasse sua aposta.

Além de incorporar o dado favorável, um outro alívio para a inflação foi levado em consideração pelos economistas: uma alta menor para o chamado "conjunto de preços administrados". É reflexo do ajuste de tarifas de serviços públicos como passagens de ônibus. A projeção para a inflação deste grupo caiu de 2,5% para 2,23% neste ano.

Enquanto há refresco nas tarifas, o câmbio faz pressão no sentido contrário. Nesse campo, as perspectivas pioram. Só nesta semana, a perspectiva para a cotação do dólar saltou de R$ 2,15 para R$ 2,20 ao fim deste ano. E isso fez com que os economistas vislumbrassem mais inflação no ano que vem.

A aposta para o IPCA de 2014 subiu de 5,88% para 5,9%, na segunda semana seguida de alta. Para completar um quadro pior para o próximo ano, os economistas também achataram a previsão para o crescimento do país que caiu de 3% para 2,8%. Essa foi a terceira baixa consecutiva.

"Além de um crescimento cada vez mais baixo, a tendência da previsão de inflação é de alta para o ano que vem por causa do avanço recente da moeda americana", argumentou o economista do Banco Espírito Santo (BES) Flávio Serrano, que explicou que por causa dessa inflação maior no horizonte, os economistas não mexeram na projeção para os juros.

Apesar do alívio com a queda na expectativa da inflação de 2013, os analistas mantiveram a expectativa de que o Copom aumentará a taxa básica (Selic) até 9,25% ao ano. Hoje, os juros estão em 8% ao ano e a estimativa é que os diretores do BC aprovem duas altas de 0,5 ponto percentual e mais uma de 0,25 ponto percentual e depois mantenham esse patamar até, pelo menos, o fim do ano que vem. No entanto, já há aposta de que a alta pode ser maior. "O movimento da Selic é de alta já de olho no aumento da inflação do ano que vem", aposta Serrano, que aguarda os próximos comunicados do BC para ajustar suas projeções.

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